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PUC-RIO+20: universidade ressoa preocupações globais
05/04/2013
A participação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro na Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em junho no Rio de Janeiro, ultrapassou os muros do Campus Gávea. Além de sediar dois grandes eventos que antecederam a Conferência, celebrar o lançamento de um livro do Reitor padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., com reflexões socioambientais, a Universidade esteve presente em plenárias realizadas no Riocentro e na Cúpula dos Povos, no Aterro de Flamengo.
Por um dia a dia ambiental - Reflexões Socioambientais
Os grandes desafios socioambientais da atualidade são os principais ingredientes do livro “Rio+20 – Reflexões sobre a sustentabilidade socioambiental”, do reitor da PUC-Rio, Padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., lançado no Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, no Salão da Pastoral da Universidade. A obra, publicada pela Editora PUC-Rio, traz um conjunto de 20 artigos, alguns frutos de aulas ministradas em cursos de ética ambiental. “O lançamento do livro é um acontecimento muito importante para a PUC-Rio, por conta do contexto da Rio+20 e os eventos que a Universidade vai sediar”, comentou o Vice-Reitor Comunitário, Augusto Sampaio.
A principal questão abordada no livro é a ética ambiental. Segundo o autor, trata-se de uma postura a ser adotada, se quisermos de fato cuidar do meio ambiente e garantir o futuro sustentável do planeta. A obra é dividida em quatro blocos temáticos: o primeiro se dedica ao campo ético, buscando uma integração de perspectivas da questão ambiental; o segundo se debruça sobre o enfrentamento das mudanças climáticas e suas consequências para socius e biosfera; já o terceiro tem como temas as visões religiosa e espiritual. Na última parte do livro, padre Josafá reflete sobre os possíveis caminhos vindos com a Rio + 20. “O livro é um subsídio para ajudar a refletir eticamente sobre os grandes desafios planetários, é uma contribuição local para um problema que é global”, assegura o Reitor da PUC-Rio. O título se encontra disponível para download gratuito em formato PDF no endereço - http://www.editora.vrc.puc-rio.br/docs/ebook_etica_socioambiental.pdf
Academia e sociedade unidas pela sustentabilidade
Entre os dias 11 e 17 de junho, o campus da PUC-Rio se tornou palco de fóruns internacionais sobre desenvolvimento sustentável. A Universidade viveu uma semana intensa – haja vista o fluxo de ideias e de pessoas. Durante o Fórum de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Sustentável, organizado pelo Major Group de Ciência e Tecnologia da ONU, composto pelo ICSU (International Council for Science) e parceiros, exclusivo para cientistas, cerca de mil participantes circularam pelo campus todos os dias. No fim de semana, o Fórum Ideias Justas, promovido pelo IIED (International Institute for Environment and Development) e aberto ao público, reuniu aproximadamente 800 visitantes por dia.

No último dia do fórum, 15 de junho, foi elaborado um documento resumindo as conclusões atingidas sobre os principais temas debatidos, que foram: Dinâmica de Populações e Bem-Estar Humano, Mudança Climática e Outras Mudanças Ambientais, Segurança Alimentar, Segurança da Água, Bem-Estar Urbano, Conhecimento Indígena e Desastres. Esse documento, com as chamadas “recomendações para temas estratégicos”, elaborado por relatores do evento, foi apresentado por Yuan Tseh Lee, presidente do ICSU, aos Chefes de Estado na Rio+20. Chegou-se a um consenso em todas as esferas: a ação humana é apontada como causa da degradação ambiental.
Os pesquisadores apontaram como fundamental para o desenvolvimento sustentável a necessidade de se aumentar a quantidade de pesquisas interdisciplinares e a divulgação ampla das conclusões das pesquisas científicas. Outro ponto ressaltado foi a participação e mobilização da sociedade, como forma de pressionar os políticos. Nesse sentido, uma arma para reivindicação de novos paradigmas de comércio consciente se encontra na mudança dos padrões de consumo. Políticas públicas, tanto na área educacional como em saneamento básico, foram vistas como elementos chave para o desenvolvimento sustentável. Culturas nativas, acreditam os especialistas, devem ser não só preservadas, mas valorizadas e integradas em nosso cotidiano.
Após sediar 11 sessões, 24 eventos paralelos, dentro de 11 temáticas distintas; abrigar cerca de 500 palestrantes, vindos de 75 países; e receber 100 cientistas e professores, o Fórum Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável encerrou sua programação com a palestra “Closing high level session”. Realizado no ginásio do campus da PUC-Rio, o desfecho teve a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Marco Antônio Raupp, que parabenizou a participação dos professores e cientistas no Fórum. “Ciência, tecnologia e inovação é o que dá métrica e sentido a toda temática ambiental”, destacou Raupp.
O debate foi formado ainda por Don-Pil Min, Presidente do Conselho de Pesquisa de Ciência e Tecnologia da Coréia; Heide Hackmann, Diretora Executiva do Conselho Internacional de Ciências Sociais; Koji Omi, Fundador do STE no Japão; e Yuan Tseh Lee, professor da Universidade de Berkeley-Califórnia. Todas as palestras do Fórum de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Sustentável e, também, do Ideias Justas, foram registradas no site e podem ser conferidas no site www.puc-rio20.com.puc-rio.br.
Interdisciplinaridade e tecnologia: Educação Ambiental em debate no Riocentro
Além de sediar o Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, e o Ideias Justas, do IIED, a PUC-Rio também participou de plenárias oficiais da Rio+20 no Riocentro.
O diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA) da PUC-Rio, professor Dr. Luiz Felipe Guanaes Rego, apresentou o programa de educação ambiental da Universidade durante uma reunião com representantes de seis países, na sexta-feira, 15, no RioCentro. Além do Brasil, Paquistão, Estados Unidos, China, África do Sul e Bélgica compartilharam ideias e experiências por um mundo sustentável.
Veerte Vandeweerd, diretora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), falou sobre a necessidade de se combater a desigualdade social e integrar os dois bilhões de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza à sociedade da informação. Além disso, ela destacou a importância do Facebook e do Twitter na educação. “Hoje, as crianças aprendem mais na internet e na televisão do que nas escolas. É necessário repensarmos o sistema de educação atual para deixá-lo mais alinhado à realidade”, disse Veerte.
Guanaes ressaltou a importância de se conhecer os diferentes contextos locais e incluí-los como ferramentas de aprendizado para que se transformem em ações concretas no cotidiano da sociedade. Para ele, a interdisciplinaridade é fundamental na educação ambiental. “A criança deve ter contato com questões ambientais desde a hora em que entra na escola. Educação ambiental tem que fazer parte do ensino de física, química, matemática, português, etc.”, afirmou Guanaes.
Ali Shahba, Embaixador da Juventude, de apenas 14 anos, foi o integrante mais jovem da plenária. Parte da delegação paquistanesa na Rio+20, Shahba defendeu as novas tecnologias como força motora da conscientização popular acerca do desenvolvimento sustentável. “Nós, jovens, temos o poder de mudar o futuro. Precisamos ter uma participação mais ativa nos debates sobre sustentabilidade e conscientização, para integrar toda a sociedade nesta luta”, afirmou Shahba.
Na quarta-feira, 20, Guanaes retornou ao Riocentro para representar a Universidade no debate “Students Stregthening Innovations in Sustainability”. No encontro, alunos do Princeton Energy & Climate Scholars, da Universidade de Princeton, receberam elogios de Guanaes pelas iniciativas sustentáveis do núcleo interdisciplinar de Princeton.
Terreiro verde: diversidade religiosa na Cúpula dos Povos
Representantes dos departamentos de Direito, Serviço Social e Teologia da PUC-Rio participaram do lançamento de uma cartilha para a legalização de casas religiosas de matriz africana do Estado do Rio de Janeiro em um dos principais eventos paralelos à Rio+20, a Cúpula dos Povos. A participação da universidade se deu na tenda “Religiões por Direitos”, no dia 15 de junho.
Resultado de uma pesquisa de mapeamento de terreiros, o projeto apresentado começou a ser elaborado pela PUC em 2008. A iniciativa contou com a parceria da Secretaria Especial de Política de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir).
Para Adaílton Moreira, um dos monitores da pesquisa e ex-aluno da PUC, a iniciativa da universidade é uma forma de desconstrução de mitos e preconceitos sobre o trabalho das tradições religiosas africanas. “Muitas dessas comunidades terreiras fazem trabalhos de sustentabilidade e pensam que sem o meio ambiente elas não existirão, porque todos os seus deuses e deusas estão relacionados a elementos da natureza”, explicou.
A professora Denise Pini, do Departamento de Ciências Social da PUC, falou sobre os objetivos e propostas do projeto. “Nosso objetivo era criar mecanismos para que essas tradições se reconhecessem e construíssem um processo de luta comum em defesa de uma cultura de paz, uma cultura de convívio, do diálogo inter-religioso e de defesa de direitos humanos e da natureza”, disse.
A cartilha enumera os procedimentos necessários para a legalização dos terreiros e os novos direitos e deveres assumidos com o registro das casas africanas, além de difundir as leis que garantem a liberdade religiosa no Brasil. Com distribuição gratuita, o material está disponível no site: www.jur.puc-rio.br.

Lilian Saback & Gustavo Chataignier

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