Chegaram as férias, período de descansar, viajar e se divertir. Alguns jovens preferem, entretanto, usar o tempo livre para mais estudo, em cursos de férias oferecidos nas mais diversas áreas de conhecimento.

Além de atrair alunos do ensino médio e superior, querendo incrementar seus currículos, as aulas registram presença de profissionais em busca de reciclagem profissional, aposentados que querem voltar a estudar e idosos.

– Durante o período de aulas, o tempo fica apertado. Nas férias, tenho uma folga e uso para me qualificar – conta a estudante Fernanda Souza, que fará o curso Analise de Projetos na Unisuam. – Acredito que vá agregar valor ao meu currículo, com a qualificação.

Para estudantes que ainda estão em dúvidas sobre qual caminho profissional seguir, os cursos podem ajudar a conhecer melhor o mercado e as atividades desempenhadas na área pretendida.

– Estudo Comunicação Social e estou em dúvida entre cursar Jornalismo ou Relações Públicas – diz a Dayanne Campos, que vai fazer um curso de Assessoria de Imprensa na Facha durante estas férias.

– Acredito que vai me ajudar a escolher entres as duas.

Além do conteúdo acadêmico, são oferecidas disciplinas de férias voltadas para a parte comportamental, que influencia na carreira e no sucesso em processos de seleção profissional.

– Fiz um curso de férias sobre empreendedorismo, na Estácio, que me ajudou a organizar a minha vida e a minha carreira – conta Evandro Gomes. – Algumas das dicas dadas durante o curso me ajudaram a montar o meu currículo.Outra vantagem dos cursos é a curta duração.

Para que todo o conteúdo seja dado em cerca de um mês, cada instituição se organiza de uma forma.

– Os cursos que oferecemos durante as férias são intensivos – explica Nancy Guimarães, da Coordenação Central de Extensão da PUC-Rio. – Temos aulas de segunda à sexta-feira.

O número de alunos que buscam cursos nas férias aumenta, levando cada vez mais instituições a oferecê-los.

– No ano passado, tivemos 15 mil inscritos – conta Divina Márcia Santos, coordenadora de extensão da Estácio. – As disciplinas com mais alunos são Informática e Como falar em público.As aulas também podem ser usadas para orientar quem ainda tem dúvidas sobre a profissão.

Recrutadores orientam escolha de cursos

Especialistas na área de recrutamento confirmam que os cursos extracurriculares, feitos durante as férias ou não, são um diferencial na análise de currículos.

– Quando recebemos o currículo de um candidato analisamos três fatores: formação acadêmica, experiência profissional e realizações – ensina o diretor da Catho Educação, Constantino Cavalheiro. – Os cursos de férias estão dentro do primeiro fator.

Mas os profissionais de Recursos Humanos afirmam que não adianta fazer qualquer curso.

– Não é para atirar para todos os lados – garante Marcela Cavalcanti, coordenadora de RH da PUC-Rio. – Se o objetivo é melhorar o currículo e conhecimento profissional, não adianta fazer cursos que não tenham nada a ver com a sua área de atuação.A qualidade é melhor que a quantidade.No momento de se inscrever em um curso, o candidato deve escolher com cuidado a instituição que oferece as aulas.

– É diferente fazer um curso em uma instituição que é reconhecida, do que fazer em um lugar do qual as pessoas nunca ouviram falar – diz Marcela.

Além disto, os interessados devem considerar os objetivos que têm para as suas carreiras. O foco do curso deve ser compatível com o nível de conhecimento prévio sobre o assunto e a utilização que será feita do que for aprendido.Os cursos também representam uma vantagem para quem não tem experiência de trabalho.

– Mesmo sem a experiência, ela entrou em contato com o conhecimento requisitado para a vaga disponível – explica Marcela Cavalcanti.