Assembléia Universitária Relatório da Reitoria da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro 1998
Autor: Padre Jesus Hortal
Relatório da Reitoria da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro 1998
16/12/2008

 

 

 

 

Rio de Janeiro, 17 de dezembro de 1998.

 

 

 

De:    Pe. Reitor

Para: Membros da Assembléia Universitária

 

 

 

Prezado Membro da Assembléia Universitária,

            Tenho a satisfação de colocar em suas mãos o Relatório da Reitoria relativo ao ano de 1998. Como em anos anteriores, nele não pretendo ser exaustivo em relação a tudo o que foi feito, na Universidade, no último ano. Apenas destaco alguns pontos que me parecem mais significativos. O trabalho executado é de tal grandeza que precisaria de muito mais espaço para enumerar tantas realizações, dificuldades, esforços e metas conseguidas.

            Dada a impossibilidade de uma discussão durante a sessão da Assembléia, que, por sua própria natureza, é limitada, peço que, se assim o achar conveniente, me encaminhe por escrito os seus comentários e sugestões, que poderiam posteriormente ser examinadas nas reuniões de Diretores ou do Conselho Universitário. A colaboração de todos é fundamental para o bom andamento da nossa Universidade.

            Obrigado pela sua colaboração,

 

 

                                                                                              Pe. Jesús Hortal Sánchez, SJ

                                                                                                                  Reitor

 

 


RELATÓRIO DA REITORIA 1998

 

Srs. Professores,

Srs. Membros do Conselho de Desenvolvimento,

Por terceiro ano consecutivo, compareço perante a Assembléia Universitária, de acordo com os nossos Estatutos, a fim de apresentar uma visão panorâmica do ano de 98, na nossa PUC. Tentarei ser o mais objetivo possível, embora para quem, como todos nós, a Universidade forme parte de nossas vidas, seja difícil tomar distância e falar sem paixão. A minha tarefa não é a de apresentar realizações pessoais ou as da Administração Central. A PUC vive e progride graças ao esforço de muitas pessoas idealistas, que lutam no dia a dia. Tudo o que foi realizado é fruto do esforço delas e a elas é que devem ser dirigidos os elogios.

 

I. A excelência acadêmica.

Continuamos e continuaremos a perseguir a excelência acadêmica, não só na graduação, mas também e de modo especial na pós-graduação. Na última avaliação da CAPES, ficamos bem acima de qualquer das Universidades de maior peso no sistema. Utilizando a base de cálculo, bastante discutível, que a própria CAPES usou (notas 6 e 7 para programas com mestrado e doutorado; e nota 5 para os programas só com mestrado), a nossa média é 34,78%, bem acima do que a primeira colocada dentre as 29 maiores Universidades do país, que obteve 29,41%. Deve-se chamar a atenção para o fato de que uma nota baixa isolada, dentro de um conjunto de notas maiores, pode ter pouca influência na média, mas constitui uma péssima propaganda para a Universidade. Por isso, seguindo as medidas já tomadas no passado, estamos transformando em pós-graduação lato sensu (especialização) o último curso da Escola Médica que ainda ostentava o título de mestrado. Ao mesmo tempo, esperamos que a reorganização do IOPUC, que também imparte cursos de especialização, com novas instalações e sob nova direção, produza frutos palpáveis de melhoria da qualidade .

Quanto à graduação, as avaliações das comissões de visita nos são francamente favoráveis. Mas devo também dizer, que não podemos ficar satisfeitos com os resultados do Exame Nacional de Cursos (o “Provão”). Sem dúvida, a avaliação das comissões é mais objetiva em relação às condições de oferta do curso, do que as notas do provão, o qual avalia os resultados, sem levar em conta o fator má ou boa vontade dos alunos que a ele se submetem. Em todo caso, é evidente que devemos continuar a envidar esforços para melhorar a nossa graduação. O processo de avaliação contínua, tão eficazmente levado adiante pela Coordenação Central de Avaliação e Planejamento Acadêmico, deve ser continuado incansavelmente. Os resultados precisam ser refletidos em nível departamental e as consequências têm que ser claramente assumidas por todos, mesmo que nos obriguem a tomar medidas nem sempre agradáveis. Não podemos permitir-nos o luxo de manter nos nosso quadros professores que não demonstrem uma clara vocação para o ensino e um esforço constante por melhorar. É esse um dever em face dos nosso alunos e das suas famílias.

Nesse esforço de melhoria da graduação, insere-se a transformação do curso de tecnólogo em processamento de dados num verdadeiro e próprio bacharelado em informática, para o qual já celebramos o primeiro vestibular. O Conselho de Ensino e Pesquisa acaba de aprovar a reforma do Ciclo Básico do CTC. Continua a nossa colaboração, muito apreciada, no PROENGE, para a reforma curricular das engenharias. Possivelmente, poderemos iniciar, já em 1999, uma ênfase de graduação em relações internacionais, que oferecerá novas possibilidades aos estudantes de outros Departamentos, especialmente aos do CCS. O Seminário do PIBIC mostrou a excelente capacidade dos nossos alunos de graduação para a pesquisa. E os programas de intercâmbio internacional, cada dia mais intensos, contribuem também para uma maior abertura de horizontes já durante os estudos básicos.

Para uma formação mais completa dos alunos de graduação contribuem também os estágios profissionais. São mais de dois mil e quinhentos alunos estagiários em empresas e escritórios dos mais variados. A Mostra PUC, cuja segunda edição celebramos este ano, proporcionou magníficas oportunidades e, ao mesmo tempo, constituiu um evento cultural de primeira magnitude e uma clara interação entre a Universidade e a sociedade em geral. Também merecem destaque as já citadas atividades de intercâmbio internacional. Entre quarenta e cinquenta estudantes estrangeiros, sobretudo norte-americanos, estudam todos os semestres no nosso campus, ao mesmo tempo que um número ligeiramente inferior de alunos nossos brasileiros vai a Universidades norte-americanas, francesas, inglesas ou portuguesas.

Muito significativos da nossa excelência acadêmica são os prêmios de entidades externas, conseguidos por alunos e professores. Mesmo com risco de esquecer alguns, através das notícias aparecidas no Jornal da PUC e no PUC Urgente, posso citar os seguintes:

·      Prêmio do II Concurso Nacional de Monografias do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária do Ministério da Justiça, obtido pelas alunas Gisela Safra Assumpção e Letícia Isnard, dos Departamentos de Direito e Sociologia, respectivamente;

·      Primeiro lugar na categoria universitária do II Concurso Nacional de Monografias promovido pelo Tribunal Regional da 1a Região, outorgado à aluna Cristiana Viana Veras, do Departamento de Direito;

·      Prêmio Inovação/97, instituído pela FAPERJ, o MCT e o SEBRAE e concedido, à empresa incubada pelo Projeto Gênesis “Arte e Eletrônica”;

·      Nomeação como Man of the Year, concedida ao prof. Anselmo Salles Paschoa, pelo American Biographical Institute;

·      Prêmio “os dez mais do Design nacional”, concedido ao prof. do Departamento de Artes Joaquim Redig.

·      Prêmio dado pela Comdex de Boston à MHW – a primeira a se graduar dentre as que foram incubadas no nosso Instituto Gênesis –, como a melhor empresa incubada na área de informática, em nível mundial.

·      Primeiro lugar nas categorias de Empresa Emergente com Potencial de Exportação (à MHW Informática) e de Jovem Empreendedor – Plano de Negócios (à Papiro Editora) do Concurso Nacional Jovem Empreendedor de Software, o Cojem’98. Ambas são empresas incubadas no Instituto Gênesis.

·      Prêmio ABF, Destaque Franchising 98, da Associação Brasileira de Franchising, recebido pelo prof. Jorge Ferreira da Silva, do IAG e seu orientando Marcos Cohen

·      No concurso do BNDES para premiar as cinco melhores dissertações de mestrado em Economia de todo o país, os nossos alunos levaram três lugares de destaque, o segundo, o terceiro e o quinto.

·      O time do DI formado por Pedro Miller Rabinovich, Diego Fernandes Nehab, Newton Cunha Sanches e orientador Roberto Ierusalimschy ganhou o primeiro lugar Latino-Americano no 22nd Annual ACM International Collegiate Programming Contest, em Atlanta

·      O sistema CGILua, desenvolvido por nossa aluna de mestrado Anna Magdalena Hester, ganhou o 10 lugar no II Concurso Nacional de Software Universitário.

Dentro do esforço pela qualidade acadêmica insere-se também a celebração de congressos e colóquios internacionais no nosso campus. Alguns de maior destaque foram a International Conference on Engineering Education e a Desorption ’98, ambas realizadas, pela primeira vez, na América Latina

 

II. A Comunidade acadêmica.

No campus convivem ao redor de dezessete mil pessoas, entre alunos, docentes e funcionários. O grande desafio de formar, entre todos, uma verdadeira comunidade deve ser encarado como tarefa prioritária. Daí o esforço que a Universidade faz, dentro das suas limitações, para valorizar as pessoas e incentivar a convivência. No ano que passou, continuamos algumas ações já empreendidas anteriormente: aplicação sistemática do estatuto da carreira docente aos professores, treinamento e promoção de funcionários. Destaque especial merece o reajuste espontâneo, de 25% concedido aos professores horistas, cuja remuneração se encontrava verdadeiramente defasada.

Papel fundamental na construção da comunidade e na sua projeção exterior é o desempenhado pelos meios de comunicação social da própria PUC. O PUC-Urgente atingiu o seu número 500; o Jornal da PUC ganhou diagramação mais ágil e é uma demonstração viva da incessante atividade dentro do campus e da projeção da Universidade na sociedade; o Programa Revista Jovem, transmitido pela Rádio Catedral, vem se firmando como um dos de maior audiência daquela emissora; no circuito interno de TV aparecem notícias e informações variadas; e a nossa home page na rede continua atraindo diariamente dezenas de milhares de internautas. Um grupo de alunos do Departamento de Comunicação Social começou, na Rádio Cidade, um programa batizado de “Fala Sério”, ao passo que a revista falada Pilha é cada vez mais atrativa.

A Universidade defende decididamente a convivência da diversidade dentro do nosso campus. Por isso, continuaremos a rejeitar qualquer forma de preconceito, de desprezo ou insulto de grupos. Embora as eleições estudantis tenham transcorrido este ano num clima notavelmente melhor do que o do ano passado, desejo manifestar publicamente o meu descontentamento por algumas atitudes violentas, que pareciam querer substituir a voz das urnas pelo estrépito da violência. Afortunadamente, tratou-se de casos muito limitados, que não encontraram eco na grande massa estudantil.

 

 

III. As instalações físicas

Apesar das nossas limitações orçamentárias, conseguimos bons avanços na infra-estrutura física. Concluímos o anexo ao edifício Cardeal Leme, inclusive com a construção de uma nova subestação elétrica. Completamos também a reforma e adaptação das construções do n0 389 da rua Marquês de São Vicente, onde passou a residir a comunidade jesuítica. No mesmo terreno, preparamos as instalações para o funcionamento, em novas bases, do IOPUC. Já começamos a reforma da antiga residência (Marquês de São Vicente, 293), que esperamos concluir em 1999, com recursos fornecidos pela Fundação Pe. Leonel Franca e onde, além da própria Fundação, serão instalados serviços e departamentos que até agora não tiveram a expansão necessária para o desenvolvimento de suas atividades. Desse modo também o Departamento de Informática conseguirá ampliar suas instalações no prédio do RDC.

Durante o passado verão, foram reformadas, em ordem a oferecer maior conforto, diversas salas de aula, como as do IAG e alguma do Departamento de Economia. Foram também construídas outras novas, no lugar onde se encontrava a carpintaria. O auditório B 6 foi completamente remodelado, com muito melhor aproveitamento do espaço físico. Diversos laboratórios receberam também novas instalações. Além dos laboratórios do CTC, que, através do PADCT conseguiram modernizar suas instalações, podemos destacar os laboratórios de modelagem do Departamento de Artes e os estúdios de rádio e vídeo do Departamento de Comunicação Social.

Um esforço notável foi também realizado pela Coordenação Central de Extensão, instalando novos laboratórios de computação, com os mais modernos equipamentos disponíveis.

O RDC passou do sistema de mainframes – tínhamos dois, um administrativo e um acadêmico – para a utilização de conjuntos (clusters) de estações de trabalho, de muito menor tamanho, mas de eficiência bem superior e de manutenção bem mais barata.

De importância fundamental para o nosso futuro desenvolvimento será a aprovação obtida, após três anos de gestões junto à Prefeitura Municipal, do Plano Diretor do Campus, que nos garante a possibilidade de novas construções, até a área de 40.000 m2.

 

 

IV. Os problemas financeiros

Em anos anteriores, dediquei uma atenção especial às questões de ordem financeira da Universidade. O panorama que apresentei então era relativamente otimista. Infelizmente, não posso dizer o mesmo deste ano que acaba e das perspectivas para 1999. O apoio institucional à pesquisa, concedido por diversos órgãos governamentais, e ultimamente pelo MCT, está praticamente esgotado. O orçamento da União para 1998 destinava à PUC-Rio cinco milhões de reais. Através de diversos cortes, a quantia efetiva entregue ficou reduzida a R$ 550.000, ou seja sofreu uma redução de 89%. Para o ano próximo, na proposta enviada pelo Executivo ao Congresso Nacional, temos assignada uma verba de apenas R$ 500.000. Não creio que seja pessimismo dizer que, dadas as atuais circunstâncias econômicas do país, não podemos confiar nem sequer nessa inexpressiva quantia.

De todos é conhecida a forte redução do número de bolsas da CAPES e do CNPq, não obstante as declarações em contrário dos responsáveis desses órgãos. Sobre esse fato, acrescentaram-se outros dois. A CAPES, que anteriormente já tinha transformado as taxas acadêmicas num programa de menor valor, o PROAP, decidiu suprimir também este, acrescentando uma pequena percentagem às taxas escolares. Só que essa percentagem mal chega a 25% do que nos era dado através do citado PROAP. Por sua vez, o CNPq deixou de pagar seis meses completos e, em outros dois, entregou apenas metade do que nos correspondia. Contudo, as perspectivas, para o ano próximo, neste campo das agências governamentais que apoiam a pós-graduação, parecem levemente melhores do que neste, mas sem nenhuma esperança de recuperação dos níveis anteriores.

O CREDUC, ou crédito educativo, além de sofrer consideráveis atrasos na liberação de suas verbas, também decidiu unilateralmente rebaixar de 80% para 70% a cobertura das anuidades dos alunos beneficiados. Está em curso uma reforma completa do sistema de crédito educativo, sem que estejamos atualmente em condições de avaliar o seu impacto sobre as nossas finanças, pois tal mudança poderia ser tanto positiva quanto negativa.

Por se ainda fossem pequenas as dificuldades enumeradas, caiu sobre nós o peso da MP, transformada rapidamente em lei pelo Congresso Nacional, acerca do conceito de filantropia. Se tivéssemos que recolher não só a quota patronal do INSS, mas também todas as contribuições que a ela vão anexas (seguro contra acidentes de trabalho, COFINS, salário família, SEBRAE, SENAC, SESC, INCRA...), o acréscimo de nossa folha de pagamento seria de 30,8%, ou algo em torno de 14 milhões de reais por ano. Não creio que seja necessário aduzir muitos argumentos para provar que, com a atual estrutura da Universidade, não se vê como poderia ser aumentada a receita nesses níveis. Acredito firmemente que a Universidade tem uma função social e que as gratuidades concedidas a alunos carentes (aproximadamente um terço dos de graduação) e os serviços prestados gratuitamente à comunidade (lembremos, como exemplos significativos o NEAM, o NOAP, o SPA, o EMA, a nossa participação no Projeto Universidade Solidária, o Fundo de Solidariedade, os estágios sociais e o apoio dado a associações de moradores ou a cooperativas de catadores de lixo), são razão mais do que suficiente para justificar ajudas governamentais. Sempre estivemos abertos para ajudar os mais carentes, tanto em situações emergenciais, quanto no caso de carências permanentes. Em razão das dificuldades do sistema previdenciário, é compreensível que o Governo procure o seu equilíbrio orçamentário, mas deveriam ter sido criados mecanismos alternativos à isenção da quota patronal; por exemplo, incentivos fiscais ao apoio de pessoas físicas e jurídicas à educação. O que me parece inadmissível é lançar, da noite para o dia, na incerteza, dezenas de milhares de Universidades, colégios e escolas. O sistema de ensino privado poderá entrar em colapso ou, pelo menos, sofrer uma brutal baixa de qualidade, por falta de recursos para investimento e até para o pagamento de pessoal. O desconto de apenas as bolsas integrais é absolutamente insuficiente, além de ser um mecanismo pedagogica-mente errado. Conceder a gratuidade absoluta, fora de casos de absoluta carência, equivale a descompromissar o aluno bolsista e a desvalorizar o serviço prestado. Em face das novas circunstâncias, estamos sendo forçados a reajustar as mensalidades em 13,8%, uma percentagem altíssima, se considerarmos que nos encontramos num quadro de economia estável, com inflação próxima do zero.

Por outro lado, se já em anos passados insisti na necessidade de uma administração austera, é evidente que, em face das novas circunstâncias, tal atitude deverá ser aprofundada ao longo dos próximos anos. A Universidade não se pode dar ao luxo de manter em seus quadros professores que não cumpram satisfatoriamente com as obrigações estabelecidas no nosso estatuto da carreira docente. Somente sendo rigorosos neste campo, conseguiremos manter a qualidade pela qual tanto temos lutado. Mas, ao mesmo tempo, deveremos redobrar os esforços para que a nossa capacidade de investimento não fique prejudicada. No mundo competitivo em que vivemos, ficar parado equivale a morrer. Espero de todos o maior empenho para conseguir recursos, com esta finalidade, através de programas como o PADCT, o PRONEX, o PROIN e o PROENGE, que, além de facilitar a aquisição de equipamentos, constituem um estímulo à pesquisa. A mesma coisa se diga dos convênios de pesquisa, desenvolvimento e prestação de serviços com empresas ou organismos. Também os cursos de extensão, sobretudo os de pós-graduação lato sensu, podem ser ampliados e constituir-se numa ajuda para a superação das nossas dificuldades. É preciso, porém, ficarmos bem atentos, a fim de não prejudicar o perfil de nossa Universidade, pautado sempre pela excelência acadêmica e a dedicação à pesquisa.

Na procura de novos recursos, abriram-se algumas perspectivas através do PRONAC, aproveitando os incentivos da Lei Rouanet. Já foram aprovados dois projetos: o do Centro Loyola e o do Espaço Cultural e Esportivo. Um outro, o Centro de Artes, encontra-se em fase de análise pelo Ministério da Cultura.

Para além de tais medidas, será necessário realizar cortes, por muito dolorosos que nos possam parecer. Hoje de manhã, apresentei ao Conselho da Mantenedora a proposta de orçamento para o ano próximo e as medidas que, na perspectiva da equipe de Reitoria, se fazem necessárias. Deveremos cortar serviços que, embora gerem maior conforto, representam duplicações não completamente necessárias. Estamos dando os passos para trabalharmos com maior empenho na área de meio ambiente, mas com uma reestruturação das áreas que já atuam nesse campo, o que implicará na redução e mesmo supressão de alguns Departamentos de menor produção acadêmica. Sem dúvida, tais medidas trarão consigo desconforto e dificuldades operacionais. Desejo ser honesto e não posso apresentar um quadro róseo. O que está em jogo é a própria sobrevivência da Universidade como centro de excelência. Não tomaremos decisões apressadas, mas também não podemos adiar indefinidamente os ajustes necessários.

 

V. Atividades comunitárias

Com muita frequência fico agradavelmente surpreso com a enorme quantidade de atividades de todos os tipos que acontecem no campus e que se refletem semanalmente no PUC-Urgente: defesas de teses, palestras, seminários, teatro, dança, exposições, eventos musicais... O solar Grandjean de Montigny, além das suas atividades institucionais, como centro cultural, é não só um cartão de visita do nosso campus, mas também um ponto de encontro em numerosas ocasiões festivas

Destaque especial merecem as atividades pastorais. Neste ano que passou, acolhemos o IV Congresso Católico Universitário do Rio de Janeiro, com uma frequência notável e uma organização impecável. Mas, ao lado dele, não podemos esquecer a Feira de Valores da Universidade Católica (FEVUC), as missas mais solenes de certos dias, como a de inauguração de ano escolar, a da Páscoa, a do Sagrado Coração de Jesus, a do Natal e a do sacramento do Crisma. Em todas elas a frequência tem sido notável. A mesma coisa se diga das missas de formatura. Uma vez mais, ao longo do ano, ficou evidenciada a incapacidade da nossa capela para acolher todos os que querem participar dessas missas. Até o amplo ginásio começa a ficar lotado quando tais eventos são realizados nele.

São numerosos os grupos que desenvolvem atividades pastorais, dentro de um sadio pluralismo. Dedicados à oração, à reflexão ou à ação caritativa, todos têm um lugar próprio na Universidade, sem sectarismos.

Nem podemos esquecer o Centro Loyola, parte integrante da PUC, no seu esforço de diálogo entre ciência e fé, entre o cristianismo e o mundo. Encontra-se plenamente consolidados, com cursos sistemáticos, com linhas de atuação definidas e com aceitação crescente.

A Associação de Antigos Alunos continuou ampliando a sua atuação promovendo confraternizações de turmas jubilares e, após várias sondagens, o dia do antigo aluno, quando se congregaram mais de cento e dez velhos conhecidos da Universidade, que a ela voltavam para reencontrar as suas raízes. Por primeira vez também, a nossa AaA participou no Congresso Nacional de Antigos Alunos dos Jesuítas, celebrado em Salvador, BA.

 

 

 

Este é o quadro da Universidade, no momento atual, com suas luzes e sombras, com suas frustrações e esperanças. Vamos continuar a lutar, com o olhar colocado no futuro, um futuro que será construído por todos nós, com a ajuda de Deus. É a Ele que elevo, neste momento, a minha mente, pedindo que nos ilumine para encontrarmos o caminho que nos permita continuar a prestar o nosso serviço, para o bem da nossa cidade e do Brasil.

 

Rio de Janeiro, 17 de dezembro de 1998.

 


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