Jornal do Brasil

Tipo de Clipping: WEB

Data: 04/04/2016

Veículo: JB Online

Por que tanto ódio?
04/04/2016

Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, é o que diz a lei de proteção integral. Por outro lado, os médicos juram que “A saúde dos meus pacientes será a minha primeira preocupação... Não permitirei que concepções religiosas, nacionais, raciais, partidárias ou sociais intervenham entre meu dever e meus pacientes”. Mesmo assim uma médica pediatra recusou o atendimento clínico a uma criança alegando que sua mãe era de partido político diferente do de sua preferência.

Intolerância injustificável e jamais vista antes em nossa sociedade. Seria um caso isolado, digno de sermos tolerantes com tamanha ignorância, mas não é. Estamos assistindo o desfazimento de amizades, relações familiares, distanciamentos de pessoas que pensam de forma diferente em razão de um quadro político, social e econômico indesejável. Contudo não se deve cercear nenhuma manifestação de pensamento por mais díspares que sejam. Somos diferentes e assim devemos ser tolerantes com todas as diferenças e respeitosos com as mais variadas formas do pensamento.

Houve época que o desrespeito era tão grande que dávamos tratamentos diferentes em razão da cor de pele, diferenças sociais, origens e crenças. Não posso crer que estejamos revivendo esses tempos de tristezas e desrespeitos. No entanto onde seria intolerável ocorrências desse porte é no campo acadêmico, espaço de crescimento da humanidade pelo conhecimento em sua amplitude total.

Chegamos ao fundo do poço! A Escola da Magistratura do Rio de Janeiro que foi concebida pelo desembargador Claudio Vianna de Lima para ser o campus de formação e enriquecimento cultural e filosófico dos magistrados, homens e mulheres incumbidos pela sociedade para pacificá-la através de sentenças, que são decisões sentidas, acaba de censurar e proibir a realização do evento denominado “A violências do Direito e a perspectiva do seu fim”, que teriam como debatedores os professores universitários Dr. Marildo Menegat (UFRJ), Dr. Adriano Pilatti (PUC-Rio) e Dr. Nilo Batista (UERJ/UFRJ) e expositores Juiz João Batista Damasceno, Delegado Orlando Zaccone e Professor Carlos Henrique Aguiar Serra.

Os criadores dessa Escola de Formação de juízes e seus diretores até a presente data devem estar muito incomodados com esse gesto da atual direção que macula a história dessa instituição de ensino e deixa a todos perplexo com tamanha intolerância intelectual. Escola é derivada do latim schola e é definido como o local onde se dá qualquer gênero de instrução. Onde há discriminação não há Escola.


*Siro Darlan, desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e membro da Associação juízes para a democracia


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