Outras

Tipo de Clipping: Web

Data: 24/03/2017

Veículo: Diário do Sudoeste

Cerrado pode ter extinção recorde
24/03/2017

Se o ritmo atual de desmatamento do Cerrado continuar, o bioma poderá ver até 2050 a maior extinção de plantas no mundo desde 1500. Cerca de 480 espécies endêmicas - que só ocorrem lá - devem desaparecer, se a vegetação continuar sendo derrubada para a expansão agropecuária.O alerta foi feito por um grupo de pesquisadores brasileiros na edição deste mês da revista Nature Ecology and Evolution, publicada ontem, que traz também sugestões de políticas públicas para evitar a tragédia. Os autores lembram que a redução de 70% do desmatamento na Amazônia entre 2005 e 2013 foi acompanhada de uma mudança de foco do agronegócio. Se na Amazônia políticas como a moratória da soja - que vetou o comércio do grão plantado em área desmatada ilegalmente - foram capazes de conter a perda da floresta para esse fim, foi para o Cerrado que o setor se virou. Entre 2002 e 2011, a taxa de perda do Cerrado foi 2,5 vezes mais alta que a da Amazônia. Só o Cerrado da Bahia, entre 2008 e 2013, perdeu 60% da área, dentro da expansão agrícola do chamado Matopiba (fronteira de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). No total, 46% do bioma sumiu e só 19,8% se mantém intocável.A região é um hotspot de biodiversidade - ou seja, um local de rara riqueza e alta ameaça. Ali vivem 4,8 mil espécies de plantas e vertebrados endêmicas e estão três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul, gerando 43% das águas superficiais fora da Amazônia.Os pesquisadores projetaram o que pode acontecer com essa riqueza se a taxa de desmatamento se mantiver, no que foi classificado como um cenário "sombrio". Pelas projeções, de 31% a 34% do que ainda existe do Cerrado pode desaparecer até 2050, levando ao desaparecimento de cerca de 480 espécies de plantas, como o jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra) e o babaçu (Attalea brasiliensis). "Isso é mais de três vezes todas as extinções de plantas documentadas desde 1500", escrevem.Sumindo as plantas, também podem desaparecer animais já ameaçados de extinção, como lobo-guará, onça parda, tatu-canastra, ariranha, tamanduá-bandeira, arara-azul e anta.O efeito disso, explicam os autores, pode ser maléfico até mesmo para o agronegócio. Sem a vegetação, a produção das bacias hidrográficas pode ser comprometida. "A situação é realmente crítica", disse ao Estado o biólogo Rafael Loyola, do Laboratório de Biogeografia da Conservação da Universidade Federal de Goiás. "É muito mais que só perder planta, é perder água, agravar crises hídricas como a que hoje atinge o Distrito Federal", alerta.SaídasOs autores propõem que é possível evitar esse cenário e ainda permitir que o agronegócio continue se expandindo, se o uso dessas áreas for mais inteligente. De acordo com o trabalho, a pecuária utiliza, em média, apenas 35% da capacidade das pastagens que existem no bioma. Em um cenário de Cerrado Mais Verde, como eles apelidaram, seria possível crescer isso para 61%, o que liberaria a terra restante para a agricultura e ainda para fazer restauração de vegetação."Não estamos falando em nenhum momento para não expandir. Mas em vez de fazer isso em cima do Cerrado, piorando a crise hídrica e emitindo 8,5 milhões de toneladas de gás carbônico, dá para fazer com um uso de terra mais eficiente, que alie produção, conservação e restauração", afirma Bernardo Strassburg, do Centro de Ciências da Conservação e Sustentabilidade, da PUC-Rio, que liderou o estudo. "E se isso vier com uma restauração focada em áreas prioritárias será possível evitar 83% do quadro de extinção que se projeta." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Mais sobre Outras
A PUC-Rio foi destaque no UOL, Prurale em site, Aconteceu Botucatu, entre outros.

A PUC foi destaque na Folha de São Paulo, Correio do Povo de Alagoas, entre outros veículos.

A PUC-Rio foi destaque no Globo, Época Negócios, Bloomberg, entre outros veículos.

A PUC-Rio foi destaque em O Estado de São Paulo, O Globo, Canção Nova, entre outros veículos.

A PUC-Rio foi destaque na Forbes, BH Eventos, entre outros veículos.

Telefones:
(21) 3527-1140 e (21) 99479-1447 | Ramais: 2252, 2245, 2270 e 2246
E-mail:
imprensa.comunicar@puc-rio.br