Projeto nasceu em sala de aula e já ajudou 17 famílias em situação de vulnerabilidade em Duque de Caxias
O aluno do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio, Rodrigo Belli, de 23 anos, criou uma mochila que transforma água imprópria para o consumo em água potável. O projeto batizado de Água Camelo é fruto de um trabalho desenvolvido em sala de aula, orientado pela professora Claudia Kayat, ainda em 2018. O objetivo é oferecer acesso à água limpa para famílias em situação de vulnerabilidade. A primeira mochila foi entregue em fevereiro de 2020 e até o momento, o Água Camelo já ajudou 17 famílias (cerca de 78 pessoas, sendo 36 crianças) que vivem em Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, por meio de uma parceria com a ONG Corrente do Bem, que atua na região.
Cada família recebeu um kit contendo uma mochila, um filtro de água portátil e um suporte de parede. Com o kit é possível transportar, armazenar e filtrar até 20 litros de água. A mochila, produzida pela empresa Montana a partir do projeto de Belli, é de lona de PVC e possui um filtro acoplado. A filtragem é possível a partir do uso de uma tecnologia chamada "Hollow Fiber Membrane" (membrana de ponta oca), capaz de filtrar até 99% das bactérias e protozoários presentes na água. O modelo de mochila foi escolhido pensando na ergonomia, para que pudesse ser carregada da melhor forma já que muitos moradores precisam transportar a água por terrenos acidentados. Uma vez no local em que vai ser utilizada, a mochila pode ser fixada na parede por meio do suporte.
A partir de agora, Rodrigo Belli quer ampliar a atuação do Água Camelo e ajudar mais pessoas. O objetivo é expandir para mais 500 famílias do Brasil. Para isso, Belli criou a possibilidade de “apadrinhamento”. Os interessados em patrocinar uma família podem preencher o cadastro disponível no site: www.aguacamelo.com.br ou no Instagram @agua_camelo, e optar pela melhor forma de pagamento. Com uma única parcela de R$ 350, é possível financiar um kit completo que atenderá uma família por dez anos. É possível apadrinhar mais de uma família por vez.
“Sou ex-skatista profissional, entrei no Design porque queria unir meu Know-how de atleta ao design de produto. Mas depois de ter tido contato com a disciplina Empreendedorismo Social, a vontade de fazer o bem falou mais alto. É muito bom competir, mas nada se compara a ajudar uma pessoa de carne osso como você. É muito emocionante. Quando entrego esses kits sinto um misto de alegria, orgulho e, ao mesmo tempo, tristeza por saber que falta algo tão básico para algumas pessoas”, explica Belli.
O projeto Água Camelo foi um dos 40 selecionados, em 2019, pelo Shell Iniciativa Jovem Empreendimento Sustentável e possui o selo Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS).
