O Testemunho De Fé Jornal: O Testemunho de fé
Data: De 14 a 20 de Dezembro de 2008
Caderno: ____
Editoria: ____
Página: 8
Seção: ____
Autor: ____
Foto: Agência Brasil e Gustavo de Oliveira
Um desafio para os pais no Natal
14/12/2008

Um desafio para os pais no Natal

 

O consumismo promovido nessa época do ano é aprendizado para os pais e estimulo à afirmação dos valores da família

 

 

         Com a proximidade do Natal há uma proliferação de campanhas publicitárias incentivando o consumismo desenfreado. O verdadeiro sentido da festa, a comemoração do natalício de Jesus, perde-se e é substituído pelas demandas do mercado: atingir o número máximo de vendas.

 

            A mídia é agressiva e o consumidor tomado o tempo inteiro por propagandas na televisão, rádio, jornais, entre outros meios de comunicação, convocando sua presença nas lojas. O apelo ao consumo atinge todas as pessoas, representantes de todas as camadas da sociedade, ricos e pobres. Shoppings, lojas e todo o comércio precisam correr para atender o número enorme de clientes que se multiplica nesta época do ano.

 

            Assim, a cada ano que passa, o sentido religioso tem sido perdido e as famílias cristãs desafiadas a preservar a espiritualidade que envolve essa data, porque presentes significam, na verdade, a representação, o símbolo, do grande presente que a humanidade ganhou: o nascimento de Jesus, nosso Salvador.

 

            Por outro lado, os pais têm que aprender a lidar com um verdadeiro desafio: como atender às listas de desejos de seus filhos. Para a maioria das crianças, Natal significa receber presentes, trazidos por Papai Noel, pelos pais e por toda a família. E, muitas vezes, não se pode atender às vontades delas, principalmente, por questões financeiras.

 

            Essa febre de consumo que atinge as crianças muitas vezes é estimulada pelos próprios pais, consumidores vorazes. O ato de comprar representa poder. Só compra quem tem poder aquisitivo para isso.

 

            É neste sentido que os valores da família não devem ser deixados de lado. O ato de presentear não pode substituir as necessidades básicas do ser humano: de afeto, de carinho, de amor, de respeito. Os pais também não devem dar aos filhos tudo que eles desejam.

 

            É importante mostrar clareza em relação às possibilidades financeiras da família. Os presentes desejados, muitas vezes, não podem ser atendidos, pela incompatibilidade com o orçamento. Nesse momento é preciso colocar limites e não alimentar expectativas, que se transformam, depois, em frustrações, mediante os sonhos não satisfeitos. Os apelos consumistas do Natal devem ser combatidos pelos pais, e as crianças devem aprender desde cedo a conhecer a realidade da família.

 

Como escolher um bom presente para as crianças?

 

 

            Uma grande preocupação das famílias está em torno da escolha do presente para as crianças. Sabe-se que é através do brinquedo que elas crescem. Através dele, elas treinam para se tornarem adultas e para vencerem as adversidades que vão enfrentar no futuro. O problema é que não são poucos os brinquedos que deseducam as crianças e incentivam a violência.

 

Preferência mundial

 

            Entre os brinquedos oferecidos pelo mercado, os aparelhos eletrônicos são os mais desejados pelas crianças. Videogames e computadores estão entre os maiores sonhos de consumo dos filhos.

 

            Para muitos pais, eles são vistos como inimigos. No entanto, as crianças não devem ser privadas dos eletrônicos, uma vez que elas precisam desenvolver contato com a tecnologia. Afinal, a preferência delas está de acordo com as demandas da sociedade moderna. A maioria desses brinquedos reproduz o cotidiano acelerado em que se vive.

 

            Os aparelhos eletrônicos permitem a maior interatividade. Eles não devem ser endemonizados, mas também não podem ser exaltados em demasia. Estabelecer limites ao tempo dispensado aos jogos eletrônicos é uma estratégia preciosa que deve ser utilizada pelos pais. Essa recomendação é da psicóloga Teresa Creusa Negreiros, doutora em Psicologia Social e professora da PUC-Rio. Na entrevista abaixo, ela esclarece muitos questionamentos feitos pelos pais.

 

O Testemunho de Fé – Com a chegada do Natal, observamos mais uma vez essa febre de consumismo exacerbado. O que a senhora pensa sobre isso?

Teresa Creusa – Como nós vivemos em uma sociedade do “ter” e, não, do “ser”, prevalece a premissa de adquirir mais para ser mais poderoso, ser mais bem-vindo e mais amado. No fundo, as pessoas procuram amor, estabilidade, segurança. Só que elas estão procurando por vias equivocadas. O mais importante para quebrara esse tipo de mentalidade é mostrar parara a criança, desde pequena, o quanto ela é querida, bem-vinda e amada. Valorizar o afeto, o amor, a generosidade e a solidariedade. Esses valores devem estar sempre presentes.

 

TF – Os pais, em meio a tantas opções de presentes sentem-se perdidos na hora de escolher o melhor brinquedo para seus filhos. Como essa escolha deve ser feita?

Teresa Creusa - Deve ser baseada numa solicitação dos filhos dentro das possibilidades que a família tem. Não só financeiras, mas também dos valores que essa família tem em relação ao que é certo e errado, justo ou não, mais adequado ou não. Tem que se fazer uma adaptação daquilo que é solicitado pela criança e o que é possível.

 

TF – Quais os fatores que levaram ao crescente consumo de brinquedos eletrônicos?

Teresa Creusa - Com os avanços tecnológicos e científicos, a sociedade brasileira evoluiu muito nos últimos 20 anos e, principalmente, nos últimos dez anos. E cada momento histórico traz consigo grandes mudanças na sociedade. Esse é o milênio da informática, da tecnologia, da mídia e tudo gira mais ou menos em torno disso.

 

TF – Por que há uma preferência por jogos violentos, de lutas, tiros e atropelamentos?

Teresa Creusa – Há essa preferência por que a sociedade está violenta. Ela está agressiva, competitiva, individualista, materialista. Então, o que pode interessar são situações que mostrem ao jovem a realidade em que vive. Eles não vão querer entrar em um jogo irreal. Só que dentro dos jogos há um mundo fantástico, fantasioso, mas que retrata essa realidade.

 

TF – O desenvolvimento das crianças pode ser prejudicado pelos eletrônicos?

Teresa Creusa – Não vejo prejuízo porque nós estamos na era da tecnologia. A criança também se educa na tecnologia, e claro que essa geração atual não pode ser considerada idêntica à anterior, ou seja, ela mesma consegue produzir antídotos para esse veneno, que seria o excesso de tecnologia.

 

TF - Esses jogos, então, não são, em si, ruins para as crianças como muitos afirmam?

Teresa Creusa – Não podemos  configurar os jogos eletrônicos como um mal em si, como  um problema, porque também eles desenvolvem habilidades que a crianças de hoje vai precisar ter. Eu acho que não é somente o brinquedo em si. É a forma de jogar; é a relação que estabelece com ele que pode ser nociva. Não é possível voltar ao passado, dizendo que os brinquedos construídos de madeira, os brinquedinhos manufaturados, são os que seriam os bons. Cada tempo tem suas demandas, as suas solicitações. Não adianta ficarmos num saudosismo inoperante. Portanto, o problema não está nos jogos eletrônicos em si; o problema está nos tipos de jogos e no tempo gasto com esse tipo de brinquedo.

 

TF – Como os pais devem lidar coma preferência dos filhos pelos eletrônicos.

Teresa Creusa – Como disse antes, é preciso saber dosar o tempo que a criança dedica a esse tipo de brincadeira. E a dosagem está muito relacionada ao exemplo. Se os pais passam todo o tempo diante de uma TV, de um computador, cada um nos seu aposento isolado, não têm uma rede de apoio solidária na família e não promovem encontros afetivos sociais, então, claro, que a criança cai seguir esse exemplo e dar preferência ao isolamento, à comunicação virtual. Ela vai viver exatamente como está vendo seus pais viverem no âmbito domestico, no âmbito familiar. Mas se os pais conversam com os filhos, naturalmente, terão outras opções e desejos compatíveis com aquilo que vivenciaram.

 

TF - Quais as alternativas que podem ser utilizadas para evitar que os filhos fiquem dependentes dos jogos eletrônicos?

Teresa Creusa – A alternativa seria a família promover encontros maiores com colegas, com amigos, para fazer teatros, para incentivar a criatividade Praticar esportes e outros tipos de competição também é bom para envolver as crianças.

 

 


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