O caso Pasadena voltou com mais um tempero para cozinhar o miolo da pouca informada população brasileira. Agora a falcatrua sai do setor pilantragem financeira para o da pilantragem política, bem ao enredo petista e lulo-dilmista. Isso embaraça a capacidade de entendimento do povo, principalmente o eleitor de pouca formação, sobre o que anda acontecendo com uma, que já foi, das maiores petroleiras do mundo, a Petrobras. É um lamaçal de mentiras e falcatruas que em um País politicamente decente, já teria todos os envolvidos na trama, inclusive a presidente, na cadeia.
No caso Pasadena, são quase 800 milhões de dólares que evaporaram no fogo das decisões inconseqüentes e desastrosas, entre outras, que nesses doze anos vem passando a Petrobras, isso sem mencionar a refinaria do Japão, a venda dos ativos para a empresa argentina, a doação para o índio boliviano Evo Moralles, travestido de ideólogo, dos agrados ao ego centrista Rafael Correa no Equador, do pagamento mensal por um oleoduto equatoriano que nunca usou e que consome milhares de dólares, da refinaria de Abreu e Lima que de 2,5 milhões de dólares já passa dos 22 milhões sem estar terminada e com projeto sendo revisto, das plataformas que saem de qualquer jeito do estaleiro e é finalizada em alto mar com sérios riscos a segurança, da queda de produção de petróleo e importação de combustível onerosa, da fragilidade financeira para cumprimento de contratos de exploração, da contabilidade criativa com a venda, para a própria filial Petrobras no exterior, de plataformas que permaneceram por aqui e por aí vai. Sem muito falar nos 10 milhões de dólares que foram sacados do caixa da empresa em Pasadena sem saber por quem e nem para que.
Como se não bastasse, começa um novo capítulo para salvar Dilma, ex-presidente do Conselho, e de sobra a sua parceira Graça Foster, presidente da Petrobras, a época diretora. Ambas atoladas até o pescoço com irresponsabilidades na condução das operações de compra da empresa Astra Oil. Até hoje não está bem explicada, também, a atuação do Sr. Foster, marido da Graça, em operações comerciais com a empresa brasileira, conforme noticiado na mídia. Estão fazendo de tudo para não incluir a presidente Dillma no rol dos possíveis condenados pela gestão temerária da petroleira. É bem verdade que se seguir os ditames da lei, a presidente, conselheiros e diretores deverão responder com o ressarcimento dos prejuízos. Estão jogando, politicamente e criminalmente, a responsabilidade dos estragos financeiros apenas nas costas dos diretores quando, na verdade, também, a responsabilidade cabe aos membros do Conselho de Administração que é o órgão responsável maior pelas decisões da Petrobras. Está na lei das Sociedades Anônimas, conhecida com a Lei das S/A (Lei 6.404 de 15/12/1976) e no Estatuto da empresa. Como sempre, nestes últimos doze anos, estão mandando a lei pro espaço, ‘a lei, ora a lei‘, como diria o Barba, codinome do Lulla X9 no livro do Romeu Tuma Junior, ‘Assassinato de Reputações‘.
Acontece que para os Cavaleiros da Pobreza Política - CPP, não confundam com PCC que também tem seu braço no petismo, vide últimos acontecimentos expostos na mídia, tudo isso ainda não terminava com o enredo que deverá, pelo andar da carruagem, ter novos lances de pura emoção. O novo ato da peça Pasadena adentrou-se pelo Congresso Nacional, com maior força e presença, no Senado Federal, onde a tropa de elite do governo apronta barbáries bem provincianas e ao molde da Idade Média arcaica, o período das trevas da humanidade. Tramóias são estabelecidas para dar um ar de legalidade na CPI que ‘apura‘ as irregularidades da compra de Pasadena pela Petrobras. Conchavos foram pré estabelecidos para que a farsa tenha ‘credibilidade‘ perante a opinião pública.
O tiro saiu pela culatra e grande parte dos membros da CPI já repete o refrão ‘eu não sabia de nada‘. A presidente já indicou os culpados ao dizer que cabe ao Senado responder pelas malandragens das respostas com gabarito prévio. Acontece que vários membros do governo fizeram parte da trama. Foram mais de 760 milhões de dólares de prejuízos a Petrobras os quais deveriam ser devolvidos pelos Diretores e Conselho de Administração, mas todos sairão ilesos financeiramente com socorro que a própria empresa prestará aos seus ‘algozes‘ com o pagamento das despesas pelo seguro. Acho meio suspeito esse pagamento, gostaria que fossem publicadas as clausula contratuais do seguro a respeito do assunto, pagamento de multas de diretores e conselheiros. Tudo aqui escrito é uma aberração, obra dos Cavaleiros da Pobreza Política.


Rapphael Curvo é jornalista, advogado pela PUC-RIO e pós-graduado pela Cândido Mendes. E-mail: raphaelcurvo@hotmail.com