Gazeta Tipo de Clipping: WEB
Data: 06/09/2014
Veículo: Gazeta Digital
Onde ficam os eleitores
06/09/2014
Existe na natureza um processo de preservação muito curioso e interessante. Trata-se da forma como a vespa faz para manter a continuidade da espécie. Depois de paralisar a tarântula, ou aranha caranguejeira, inocula em seu corpo os óvulos que serão desenvolvidos em larvas que irão consumindo a tarântula até o momento de se libertarem ao matar a hospedeira. Isto tem muito a ver como o momento político brasileiro e entendo estranha a passividade com que a ‘caranguejeira’ PSB - Partido Socialista Brasileiro do falecido Eduardo Campos aceita em ser hospedeiro do partido da Rede Sustentabilidade. Transmite a idéia de que o objetivo final é o Poder pelo Poder. A história de uma nova forma de governar, de um novo rumo para o Brasil ficou lá pelas mesas do botequim, se encerra nos papos de fim de tarde.
Pelo que estou informado, salvo engano, as posições programáticas entre PSB e Rede são consideravelmente antagônicas no conteúdo e na forma de exercer o possível governo. A Marina passa de passagem e ao largo dos desejos de ação governamental desejada pelo PSB. É evidente que tão logo consiga o registro, o que está a apenas 50 mil fichas, toda a equipe e a própria Marina migrarão de imediato ao novo partido. Tenham certeza, junto com ela, se eleita presidente, virão outros milhares de todas as matizes. A própria já está propalando a sua necessidade de apoio de várias lideranças, como antevendo a sua fragilidade em compor equipe e governar. É uma saída pela tangente ao perceber que terá que engolir as ‘velhas políticas’, já rotuladas de boas pessoas, para tentar manter a possibilidade de não produzir um estrago de proporções imensuráveis ao nosso Brasil.
Não é nenhuma virgem no cabaré. Marina vem de ações políticas desde a juventude em movimentos campesinos de invasão de terras, fez parte do Partido Comunista, do Partido dos Trabalhadores, do Partido Verde, sendo que no PT participou de várias ações contra o que hoje apóia, tal como a Lei da Responsabilidade Fiscal. Não se desligou do Ministério do governo Lula acusado do mensalão e só o deixou por rinhas pessoais com a Dillma. Esperava, no fundo, ser o poste de Lula para presidente em 2010. O que quer dizer tudo isso? A Marina da ‘nova política’ não tem nada. É mote criado para disfarçar o seu passado ligado com um monte de gente que aprontou e muitos que ainda aprontam. Passa ao eleitor a imagem da candidata ‘pura’ e ‘imaculada’, que nada tem a ver com a política suja, mesmo com seu marido envolvido, segundo a mídia, com contrabando de madeira proibida de extração. Fico a pensar a situação irregular do jatinho se fosse o usuário o Aécio. O asfalto na pista de Claudio já deu pano, esse daria um pijama de aposentado.
O programa de governo de Marina muito pouco difere do programa de governo do Aécio Neves - PSDB. Tem-se a impressão de uma cola, até mais conservador. Para não se indispor com nenhum movimento social, lançou o rótulo de que ela tem um programa de governo em ‘movimento’, ou seja, sem rumo, já que pode a qualquer momento sofrer alterações de acordo com a força do vento. Nada, entretanto, é mais assustador em Marina que a sua crença de que negociar com o Congresso Nacional é apenas uma questão de conversar. Salvo engano, essas ações são uma tragédia anunciada. É meio duvidoso que tenha postura forte para tal operação. E como sabemos, o que está por vir na economia brasileira é algo que induz a pensar na construção de ‘barricadas’.
A população brasileira é formada em sua grande maioria de analfabetos funcionais. Chavões como ‘nova política’, ‘Lulinha paz e amor’ e outros do gênero, tem muito maior facilidade de entendimento auditivo que algo tipo ‘reconstrução do Brasil’ ou mesmo ‘bem vindo’, este coloca ao eleitor o que ele não disse. O grave do Aécio é que sua assessoria de marketing ignora o fato da dificuldade que tem o povo em entender propostas e ainda faladas em ‘alta velocidade’ e mais, não chega as outras regiões do País, não diz o que propõe de novo a cada uma delas As outras duas candidatas, uma por problemas do ‘tico e teco’, os dois neurônios que possui e a outra pela insegurança da fala por estar incapacitada de explicar com profundidade os temas mais sérios e razão do pedido de ‘socorro’ aos líderes da velha política, elas conseguem fazer chegar de forma atabalhoada alguma mensagem ao eleitor, tipo ‘nova política’ que não é desconstruída apesar de potencial gigantesco para tal.
Algo que intriga é como está neste momento o filiado do PSB que logo sairá de cenário com ou sem a vitória da Marina Silva. Poderá ganhar e não levar. Não chorem não, Partido no Brasil é isso, hospedeiro, no caso do PSB, da vespa Rede Sustentabilidade. Onde ficam os eleitores? Será que entendem o que é melhor ao Brasil?

Rapphael Curvo é jornalista, advogado pela PUC-RIO e pós graduado pela Cândido Mendes. E-mail: raphaelcurvo@hotmail.com

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