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Data: 07/12/2014

Veículo: Extra

  

Após quatro anos de aumentos, preços de serviços perdem fôlego
07/12/2014

 

RIO - Um das grandes fontes de pressão sobre a inflação, os serviços começam finalmente a dar sinais de trégua. Depois de quatro anos seguidos de aceleração, e momentos em que os preços de alimentação fora de casa, consultas médicas e entretenimento estiveram completamente descolados do ritmo da economia – como em 2011, quando o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) cresceu 1%, e os preços dos serviços, quase 9% – agora eles mostram os primeiros efeitos da desaceleração da renda, da retração do consumo e do PIB quase estagnado. Neste ano, os preços de serviços ficarão em 8%, pela estimativa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Para o ano que vem, a aposta é que o movimento continuará, com a alta dos serviços ficando em 7,5%, ou até menos. 

Nos últimos 12 meses, os serviços subiram 8,28%. Já a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), até novembro, estava em 6,56%.

Levantamento do Ibre mostra que não só a inflação dos serviços perdeu fôlego, na média, como também encolheu a parcela desses itenns cujos preços subiram mais de 9%. Em meados do ano passado, ápice da alta nos preços de serviços, 70% subiam em ritmo superior ao teto da meta. Agora, 60% estão acima da meta, o menor percentual desde setembro de 2012.

A sessão de fisioterapia foi um dos serviços que agora sobem menos: chegaram a avançar mais de 12% no início deste ano, no acumulado em 12 meses. Agora sobem 4%. Transporte escolar, que avançou em meados do ano passado 10,3%, agora sobem 6,3%. Limpeza e lubrificação de carro, que no final de 2013 subia 12%, agora viu essa alta cair à metade.

— É algo para se comemorar, claro que com cautela, mas mostra que o ajuste na inflação já começou. Esse processo veio para ficar e é necessário para trazer a inflação mais perto de 4,5% em 2017 — afirma Silvia Matos, coordenadora técnica do Boletim Macro do Ibre.

COPA MASCAROU FREIO NO SETOR

Segundo Silvia, a Copa do Mundo mascarou a desaceleração dos serviços jogando para cima preços de passagens aéreas e de diárias de hotel, na época do Mundial. De agosto para cá, esse movimento ficou mais evidente.

— Essa fraqueza econômica está se traduzindo no mercado de trabalho, no setor de serviços e no consumo das famílias, que há três trimestres vem muito fraco — afirma Silvia.

Mas ainda são muitos os serviços que compõem um núcleo mais resistente. Caso dos aluguéis, que sobem até novembro na casa 9,5%, depois de subir 12% no final do ano passado; empregado doméstico, que mantém alta de dois dígitos; refeição fora, que sobe cerca de 9,5% há vários meses. Também continuam sob pressão os serviços de manicure, ensino privado e plano de saúde.

Apesar da desaceleração recente, a expectativa é que os serviços continuem a ter no ano que vem uma nova pressão vinda do reajuste do salário mínimo. Pela regra de reajuste, que é o PIB de dois anos antes, acrescido da inflação, o piso nacional terá um reajuste de cerca de 9% em termos nominais.

— Parece claro que o mercado de trabalho, com as demissões na indústria, está mais enfraquecido, e a concorrência nos serviços deve estar aumentando. Mas vamos ter um novo aumento real do salário-mínimo no início de 2015, ou seja, de novo alguma pressão nos custos dos serviço — afirma Luiz Roberto Cunha da PUC-Rio.

O economista Luis Otávio Leal, do ABC Brasil, também vê uma desaceleração gradual dos serviços. Ele lembra que, como os serviços mudam de preço com menos frequência que os demais itens da economia, eles dão ao consumidor a sensação não de queda, mas de interrupção na subida. 

— Para o consumidor, pode ser uma notícia boa e ruim, os preços estão mais baixos, mas a economia está mais fraca. O fim é bom, mas os meios, não. É um movimento natural, já que o que vem sustentando a inflação de serviços é o crescimento da renda e ele vem desacelerando. O comprometimento da renda com dívidas e a desaceleração do mercado de trabalho levam a isso — afirma.

É a percepção da advogada Danielle Stofanelli e da mãe dela, Margareth. 

— Manicure continua caro e já faz tempo que está assim — argumenta Margareth.

Já Danielle disse ter notado que o preço da comida fora de casa parou de subir: 

— Posso dizer que continua caro, mas não está aumentando como estava antes.

‘OS PREÇOS FICARAM OS MESMOS’

A professora Andrea Garrett tem o hábito de fazer as unhas todas as semanas no salão. 

— Eu acho que ano passado houve um boom dos preços em relação a tudo, mas recentemente eu realmente percebi que os preços ficaram os mesmos, não baratos, mas os mesmos - conta ela.

A economista Silvia Matos, do Ibre, diz que se os preços de serviços continuarem a desacelerar, um cenário de inflação mais perto do centro da meta ficará viável em 2017. 

— Não estou preocupada pela inflação ficar mais alta no ano que vem por conta dos administrados (que foram represados, como os preços de energia elétrica). Se a desaceleração dosserviços continuar, o cenário ficará mais favorável em 2017 — afirma Silvia.


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