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Tipo de Clipping: WEB

Data: 08/01/2015

Veículo: Extra

Superação na vida e nos estudos, conheça a trajetória de Duda
08/01/2015

Eduarda Santos Emerick Lima tem 18 anos, é natural do Rio de Janeiro (RJ) e é carinhosamente apelidada de 'Duda'. No mês passado recebeu uma das notícias mais importantes de sua vida, passou no vestibular do curso de Ciências Biológicas, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Esse é mais um degrau alcançado pela jovem que já passou por vários momentos de superação.

Nos primeiros dias de vida, Duda foi diagnostica com glaucoma congênito, doença caracterizada pelo aumento da pressão intraocular. Sua mãe, Celma Emerick, lutou para que a filha pudesse fazer as cirurgias necessárias. Conseguiu até uma ajuda financeira dos jogadores de futebol do Vasco para que Duda fizesse um transplante de córnea em um centro de referência em Goiânia (GO). Mas sofreu rejeição e permaneceu com a deficiência visual, identificando apenas diferenças de luminosidade em um dos olhos. Mesmo com todas dificuldades, recebeu apoio total de sua mãe e avó para descobrir o mundo conforme suas curiosidades e vontades.

— Faço tudo o que posso para levar um vida normal. Sempre que eu tinha alguma vontade, perguntava pra minha mãe: "Mãe, tem como eu fazer aula de balé? Mãe, queria aprender a tocar piano, dá? E ela fazia de tudo pra me mostrar que era possível, sempre. Geralmente se aprende a andar muito na defensiva, no meu caso, eu aprendi a confiar no outro — comenta .

Duda prova o que fala, além saber tocar piano e das aulas de balé, sabe cantar, já fez teatro, yoga, um ano de acrobacia aérea em tecido, dança de salão, dublagem de desenho infantil, é formada em inglês, participa do coral de sua igreja, estuda violino, já trabalhou em novela e a lista não para por aí. Recentemente fez um estágio de dez meses no Museu Nacional (RJ) e foi lá que decidiu definitivamente que tentaria ingressar em curso de Ciências Biológicas.

— Sempre gostei de biologia, adorava a experiência do feijãozinho no algodão. Pensava: como aquilo era possível? Aquela raiz, o feijão nascendo... Desde pequena, minhas melhores notas foram em biologia. Se eu tirasse alguma nota baixa, eu chorava. Porém, a maioria das pessoas me direcionava para humanas. Mas quando fiz o estágio no Museu Nacional, tive contato com grandes nomes da área biológica, acompanhei palestras incríveis e não tive mais dúvidas sobre o que eu realmente queria — explica.

Passar no vestibular não foi fácil. Antes de conquistar mais essa vitória, Eduarda se dedicou aos estudos com afinco, sempre aparecendo com boas notas. Nos últimos anos, estudou no Instituto Benjamin Constant e depois no Colégio Pedro II, onde estava incluída em uma sala regular, sem área especial. Teve apoio total dos professores. Uma professora chegou a desenvolver um método para que Duda pudesse participar das aulas de geometria.

Em 2014, a menina prodígio também prestou pela segunda vez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Comenta que experiência foi boa, mas ainda há muito o que ser feito para que os deficientes visuais possam ficar mais à vontade durante as provas.


— O Enem de 2014 melhorou em relação ao de 2013. Tanto a prova quanto a organização. Tive ledor e um pouco mais de atenção em relação a 2013. Mas há muito o que melhorar. Por exemplo, não pude fazer a prova com meu relógio de pulso em braille. Aí tinha que perguntar as horas a todo momento para calcular meu tempo. Esse tipo de situação poderia melhorar com um pouco mais de preparo dos fiscais — ressalta.
Participação na novela 'América'

Para quem não se recorda, Duda também trabalhou na novela América, escrita por Glória Perez, em 2005. A jovem tinha nove anos e fez seu próprio papel. Ao seu lado, uma jovem atriz despontava, tratava-se de Bruna Marquezine, que interpretava Maria Flor, personagem inspirada na história de Duda. De acordo com a própria Eduarda, 'América' teve uma influencia relevante enquanto estava no ar, abrindo muitas discussões sobre os deficientes visuais no Brasil.

— Lembro que minha mãe e eu andamos esse Rio de Janeiro todo atrás de um curso de inglês que fosse adaptado para deficientes visuais ou que pudesse me aceitar. Não tinha, juro! Mas depois da novela e com um pouco de visibilidade, tive propostas de escolas de inglês que fizeram adaptações e traduções de materiais didáticos para o braille. Assim, pude estudar e depois se formar, mudando várias vezes de escola, pois muitas vezes, as mesmas mudavam o combinado conforme eu ia avançando os níveis. Era complicado — desabava Duda, que ao todo estudou sete anos de inglês.

Amizade 

Doçura e inteligência são as principais características que os amigos destacam em Duda. Para dar uma 'aula' sobre tabela periódica, por exemplo, a jovem fala com a máxima tranquilidade e destreza. Para contar suas histórias, usa palavras suaves e tenta lembrar todos os detalhes. É sempre bem articulada e sabe correr em direção aos seus sonhos.

Uma das amigas que conta alguns de seus segredos é Claudia Hinz. Frequentadoras do mesmo coral, com características vocais parecidas para cantar, acabaram se tornando grandes amigas em pouco tempo.

— Durante os ensaios, ela sempre ficava meio tímida, no canto dela. Mas teve um dia que puxei conversa e me encantei com a Duda, desde então nos tornamos amigas. Essa amizade foi um dos maiores aprendizados da minha vida. Aprendi muita coisa que não imaginava, não passava pela minha cabeça. Sou muito grata por toda luz que isso traz pra gente — comenta Claudia, que fez questão de dar de presente para Duda um relógio de pulso em braille.


Claudia também fez o possível para ajudar Duda nessa fase de vestibulares. Foi uma das primeiras, juntamente com a família, a saber que a jovem havia passado em Ciências Biológicas na PUC-RJ. E segundo Claudia, a menina ainda vai muito longe, quem a conhece, sabe e verá.


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