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Tipo de Clipping: WEB

Data: 24/04/2016

Veículo: Radar do Emprego

Mesmo com a crise, logística oferece oportunidades
24/04/2016

Mesmo com a crise, logística oferece oportunidades 

Diante da necessidade de reduzir custos, empresas investem na área; dinamismo, adaptação e inglês são alguns dos requisitos exigidos 

Apesar do desaquecimento do mercado interno, algumas áreas seguem em evolução e abrem oportunidades de trabalho. E o caso do setor de logística, que oferece possibilidades para profissionais qualificados, interessados em “colocar a mão na massa” e de crescer profissionalmente.

“A área de logística e supply chain tem espaço para crescer, principalmente neste momento no qual as empresas necessitam reduzir os custos, ter mais eficiência e melhorar o atendimento ao cliente, além de ser uma área de suporte para todas as indústrias e segmentos”, diz o gerente da divisão de engenharia e logística da Talenses Executive Search, Gabriel Almeida.

Segundo ele, é uma área que tem demanda, e quem pretende se destacar deve se especializar com cursos, certificações e saber inglês. “Profissionais das áreas de administração e engenharia são bastante requisitados para as vagas. O profissional de logística precisa ser analítico”, diz Almeida. Para ele, competências como visão sistêmica, habilidade interpessoal, gestão de conflitos, projetos e resiliência são fundamentais.

“Comecei minha carreira em supply chain aos 20 anos, na TAM, como assistente de almoxarifado. Nos cinco anos em que estive na empresa, passei por diversos departamentos até chegar ao cargo de comprador internacional”, conta o hoje gerente de supply chain da Allis Soluções em Trade e Pessoas, Jesse James Corrêa do Prado, de 33 anos. Ele cursa uma MBA na área na Universidade Anhembi Morumbi.

Liderança. “Ainda na TAM, fui convidado para trabalhar na Azul Linhas Aéreas na mesma área, assumindo meu primeiro cargo de liderança aos 26 anos de idade. Era responsável pela compra e logística de peças aeronáuticas. Em paralelo à carreira, nunca deixei de lado o estudo. Sempre procurei me aperfeiçoar e estar mais preparado que meus pares”, diz.

Prado está há dois anos na Allis, onde é responsável pela área de compras, logística, expedição e almoxarifado. “As expectativas de carreira para a área são grandes. Nestes dez anos de mercado, percebo a importância que a área vem ganhando nas organizações, sendo, cada vez mais, uma aérea estratégica e fundamental para o negócio de qualquer natureza.”

O gerente afirma que a logística é uma área estratégica e fundamental para negócios de qualquer natureza e não se resume apenas a rotas e transporte.
Na sua opinião dinamismo, fácil adaptação, boa comunicação, tomar decisões rápidas, estar sempre à frente dos problemas, saber trabalhar sob pressão e com muito volume de trabalho são característica importantes que um profissional deve ter para atuar na área.

“Estamos em um momento econômico delicado, mas eu o vejo como uma oportunidade para o profissional de logística”, afirma Prado, destacando a necessidade de se manter atualizado para não estacionar profissionalmente. “Muitas portas se abrem com uma pós-graduação ou um MBA. Hoje, ser graduado não é o suficiente, a pós-graduação se tornou caminho obrigatório para quem sonha grande”, acrescenta ele.

Gerente da empresa de recrutamento Robert Half, Jorge Martins afirma que o setor logístico continua aquecido para cargos de estrutura de fábricas e centros de distribuição.

“Profissionais bem preparados, que conheçam softwares de gestão e, principalmente, toda a cadeia logística (recebimento, armazenamento e distribuição), terão aderência nessa área.” Segundo ele, além de formação em áreas como administração, logística ou engenharia, é preciso saber inglês e “estar disposto a sujar as mãos”.

Martins acredita que o Brasil ainda engatinha nesse setor. “Toda estrutura de tecnologia de um centro de distribuição ainda é muito júnior”, diz.
De acordo com a tabela de cargos e salários da Robert Half, operadores de logística tem salário a partir de R$ 1 mil, mas o desenvolvimento de carreira pode elevar a remuneração para até R$ 35 mil em cargos de diretoria de supply chain.

Trajetória. O diretor de distribuição da Total Express, Luís Augusto Castex, de 40 anos, atua na área há 15 anos, desde que ingressou no programa de trainee do Grupo Abril. “Sempre trabalhei na produção, na logística de publicações. Em 2011, o grupo comprou a Total Express e mergulhei de vez em logística”, diz.
Nessa época, Castex era diretor de planejamento e transporte e em 2013 assumiu o cargo de diretor de operações, liderando cerca de 600 funcionários. Ele conta que já tinha uma certa simpatia pelo setor e que a carreira foi acontecendo.

“A logística é apaixonante. Não tem uma rotina, os problemas são diferentes e o profissional especializado tem assumido um papel cada vez mais importante.”
Castex diz ainda que, como qualquer setor, o de logística está passando para uma fase difícil, mas tem oportunidades para o profissional experiente em revisão de processos e redução de custos.

“Eu valorizo muito a visão de processos, pois logística é sequencial, também o senso de urgência, dinamismo e disponibilidade para atuar na área. Eu estou otimista com a carreira”, declara o executivo.


MINERAÇÃO EXIGE PACOTE DE QUALIFICAÇÕES

Nem tão aquecido e com tantas oportunidades quanto o setor de logística, o de mineração também reserva possibilidades de carreira. De acordo com o gerente da Robert Half, Jorge Martins, trata-se de um setor com capacidade de reestruturação rápida, facilitando a abertura de vagas.

“O profissional que atua na área precisa saber planejar, mas não adianta ter um diploma brilhante se não conhece a operação”, diz. Eduardo Caixeta, gerente de minas e geologia do negócio níquel, em Barro Alto, Goiás
O campo de atuação envolve desde a prospecção (procura de depósitos minerais), passando pela exploração mineral (estudo dos depósitos minerais) e lavra (planejamento e extração do minério), até o tratamento (processamento, separação e/ou concentração do material extraído) e a recuperação ambiental da área explorada.

Atual gerente de mina e geologia do negócio níquel da Anglo American, o engenheiro de minas Eduardo Caixeta começou no setor como trainee em 2003. “A engenharia de minas sempre esteve comigo, cresci nesse ambiente. Sou de Catalão, Goiás, de forte atividade em mineração, e este ambiente sempre me chamou atenção.”

Ele conta que o programa de trainee da empresa já era direcionado para a área de operação de mina (desmonte, carregamento e transporte do minério) com atividades relacionadas à qualidade da geologia.

Em sua segunda passagem pela empresa, desde 2012 Caixeta é responsável pelo planejamento e manutenção da mina, setor de geologia.

“Hoje, minha função é de gestor, fico parcialmente em campo, o que é muito importante para a interação com a equipe, e no escritório. É uma atividade desafiadora, dinâmica, que exige criatividade e habilidade de relacionamento”, conta.

Para Caixeta, o engenheiro de minas deve ter um “pacote de qualificações” que além do conhecimento técnico proporcionado pela formação acadêmica, inclui características como curiosidade. Segundo ele, para algumas atividades, é importante também ter especialização e sólido conhecimento em softwares.

Caixeta lembra que a atividade de mineração exige mobilidade e, por isso, o profissional precisa estar preparado para mudanças. “Hoje, eu trabalho em Goiás, mas em 16 anos de carreira esta é quinta região que eu moro, já passei pelo Pará, Mato e Belo Horizonte. Atuar em diferentes localidades, ter contato com diferentes culturas é muito importante como experiência profissional e pessoal.”

O gerente acredita que tem desafios a serem trabalhados no setor, por isso quer se consolidar na carreira, seguir na mineração e trabalhar com outras commodities. “O mercado está positivo. O Brasil tem potencial mineral a ser explorado”, diz.

CARREIRA NO SETOR DE PETRÓLEO TEM ALCANCE GLOBAL

Diante das exigências do mercado, os profissionais que desejam atuar nas áreas de petróleo e gás e logística, por exemplo, buscam cada vez mais formação especializada. De acordo com coordenador do curso de Engenharia de Petróleo do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), Arthur Braga, o aluno que procura o curso de engenharia de petróleo tem um perfil comum ao dos interessados nos outros cursos de engenharia.

“Ele precisa possuir uma boa base em matemática e física, ser curioso e sobretudo gostar de tecnologia.”
Segundo ele, pela capilaridade de sua cadeia produtiva, o setor requer engenheiros com as mais diversas formações, não só aquela específica em petróleo. E os salários são compatíveis com os das outras engenharias.

Entretanto, tendo a oportunidade de trabalhar embarcado, em navios e plataformas, o engenheiro de petróleo pode conseguir salários bem mais elevados do que os demais.

“Historicamente, o setor de petróleo esteve sempre sujeito a crises cíclicas como a que estamos vivenciando hoje. Esse efeito, combinado com a crise internacional no setor, certamente se refletiu no desaquecimento no mercado de trabalho para o profissional da área de petróleo”, afirma Braga. “Nos últimos dois anos houve diminuição significativa na procura pelos cursos de engenharia de petróleo.

Entretanto, é importante considerar que logo o mercado irá reaquecer como mostram os ciclos históricos. Aí surgirão novas vagas, e a procura por engenheiros de petróleo voltará a se intensificar.”

Braga diz que o profissional do setor de petróleo pode trabalhar em qualquer continente, tanto nos cantões mais remotos quanto nas suas principais capitais. “Ele precisa, além da boa formação técnica, dominar o inglês e possuir a capacidade de trabalho em equipe.”

A engenheira de projetos da Total Lubrificantes do Brasil, Denise Soares Novaes, de 25 anos, conta que sempre sonhou em atuar na indústria de petróleo. “Por isso, escolhi cursar engenharia química”, diz. Em 2009, ela começou o estágio no laboratório de combustível e lubrificantes da faculdade, que tem parceria com a Petrobrás para programas de bolsas de iniciação científica e realizou um estágio de seis meses na British Petroleoum (BP) da França.

Depois de formada e de estudar no IFP School, voltou para o País para fazer mestrado e desde de fevereiro deste ano está na companhia para atuar no desenvolvimento de novos processos, novos produtos, melhorias na gama de produtos e no setor comercial em todo o território nacional.

Determinação, estar preparada para lidar com uma área majoritariamente masculina, inglês fluente, especialização e constante atualização do profissional, são características destacadas pela profissional.

Para a gerente de RH e Comunicação Interna da Total Lubrificantes do Brasil, Juliana Macedo, o mercado de petróleo está ligado diretamente ao desempenho da indústria automotiva, que é um termômetro para o nosso negócio. “Apesar disso, o segmento continua sendo bastante interessante para quem quer trabalhar nele. O profissional também deve saber que é um mercado muito competitivo e bastante dinâmico”, diz.


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