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Tipo de Clipping: WEB

Data: 07/05/2016

Veículo: O Dia - Brasil

Provável afastamento de Dilma encerra ciclo de governos petistas no país
07/05/2016

Foram mais de 13 anos com um único partido na Presidência da República

Brasília - Os livros e as gavetas já foram esvaziados do gabinete presidencial do Palácio do Planalto, sede do governo federal. O pedido foi feito pela própria presidente Dilma Rousseff (PT), após o processo de impeachment seguir para o Senado. As fotos da filha e dos netos, no entanto, foram mantidas. “É algo que faz bem a ela”, disse uma amiga próxima.

Apesar disso, a presidente não tem aparecido com frequência no seu gabinete. Nos últimos cinco dias, Dilma fez nove discursos públicos — contra treze de todo o mês anterior. Nas palavras, demonstrações de amor, além da revolta pelo processo que tramita no Senado.

Em seu último discurso, na sexta-feira, visivelmente abatida e com olheiras fundas, despendeu quase quatro minutos só de agradecimento aos presentes em cerimônia do andamento das obras do Rio São Francisco, em Pernambuco. Entre declarações mútuas, Dilma aproveitou para reforçar sua defesa.

“Eles sempre quiseram que eu renunciasse. Sabe por quê? Você levanta o tapete e esconde a sujeira. Se eu renunciar, eu vou para debaixo do tapete. E eu não vou para debaixo do tapete. Eu vou ficar brigando, porque sou a prova da injustiça”, afirmou, fazendo o público gritar em uníssono “Dilma, eu te amo!”. 

Caso o parecer da comissão especial que recomenda o impeachment da presidente seja aprovado nesta semana, Dilma terá que se afastar do governo por 180 dias.

Nesse período, de acordo com a Lei do Impeachment, de 1950, o salário da presidente será reduzido à metade, ficando em R$ 15,4 mil. Como a lei não é específica, ainda não se sabe se ela vai continuar no Palácio da Alvorada ou se , será mantido o plano de saúde da presidente e da mãe da petista, Dilma Jane Silva, que tem 92 anos.

A saúde da mãe já fez a presidente cancelar, no ano passado, compromissos oficiais. Em maio, Dilma Jane foi internada no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, após ter apresentado uma perturbação no funcionamento do cérebro pela falta de irrigação de sangue.

A mudança no cenário político fez Dilma aparecer até em um comício do Dia do Trabalhador. Desde 2010, todos os anos, seu pronunciamento da comemoração daqueles que dão nome a sua sigla partidária foi via televisiva. Na ocasião do discurso, a uma plateia esvaziada do Anhangabaú, em São Paulo, Dilma deu uma guinada para a esquerda. Prometeu um aumento de 9% no Bolsa Família, a construção de 25 mil moradias pelo ‘Minha Casa, Minha Vida’, prorrogação do programa ‘Mais Médicos’, ampliação da licença-paternidade de servidores públicos de cinco para vinte dias, correção de 5% na tabela do Imposto de Renda, além de um novo programa de agricultura familiar.

“Ela perdeu o apoio dos parlamentares que seguravam essas medidas, os mais conservadores. Então, adotou agora novamente esse discurso”, analisou o cientista político Valter Duarte, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

No entanto, de acordo com Duarte, o impeachment não é contra Dilma e, sim, contra a hegemonia dos 13 anos de um único partido no poder. “O que ocorre é uma mudança no concertos das oligarquias, como uma troca de música em uma sinfonia. Treze anos consecutivos de um partido que chega ao fim. Quem dança conforme a música é o PMDB, que sempre foi assim, apóia quem pode ganhar”, disse.

Duarte, que é contra o impeachment por achar que a presidente não cometeu as chamadas pedaladas fiscais, afirmou que entende o comportamento do partido do vice-presidente. “Temer é um político que aceita as regras do jogo. Viu que poderia chegar ao poder e aproveitou”, afirmou.

Já para o também cientista político Ricardo Ismael, da PUC-Rio, o impeachment de Dilma é a decisão correta. O pesquisador elencou cinco pontos que foram cruciais para a derrocada de Dilma e do PT. “O governo petista fez uma sequência de erros. A presidente mentiu na campanha de reeleição em promessas políticas na economia. Houve também desvios da Petrobras para caixa da campanha eleitoral. Há um colapso na economia que resultou no desemprego que vemos atualmente. Além das pedaladas fiscais a presidente não tem estabilidade e apoio dentro do governo”, opinou.

Nos treze anos de governo, o PT distribuiu renda como em nenhum outro período registrado pelo IBGE. Foram 129% de aumento real na renda dos 10% mais pobres. Em contrapartida aos gastos sociais, somente 1% foram investidos em infraestrutura.

Com o afastamento de Dilma, o fim da era petista pode estar próximo. Para evitar constrangimentos quarta-feira, dia da votação, o Senado estuda usar somente o painel eletrônico, sem microfone. Querem evitar que, a exemplo dos deputados, a religião e a família sejam usados como justificativa para seus votos. 


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