Tipo de Clipping: WEB
Veículo: O Globo
Data: 18/11/2015
RIO — Desperdício é uma palavra que não tem vez na Casa de Acolhida Frei Carmelo Cox, em Vila Isabel, voltada para crianças e adolescentes em situação de risco social. O abrigo está para receber um sistema de energia solar e reaproveitamento de águas, em projeto coordenado por João Azevedo, diretor do núcleo carioca da ONG Engenheiros Sem Fronteiras, com apoio de 20 voluntários.
Azevedo é aluno de mestrado na PUC-Rio, com tese sobre a eficiência de sistemas fotovoltaicos. Além dos estudos, ele se ampara em uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de 2012, permitindo que a energia gerada através de placas solares seja abatida do valor da conta de luz.
— A questão é ambiental e econômica. Gerar eletricidade localmente reduz a perda de energia na transmissão. Além disso, diante de aumentos na conta de luz, o sistema vem a calhar — explica.
O projeto foi escolhido para receber apoio de US$ 10 mil (R$ 38 mil) de uma empresa americana de alumínio. A estimativa é que o sistema represente economia de R$ 2 mil por ano para a casa, mantida pela associação beneficente Amar, que depende de doações.
— Seria uma coisa milagrosa, ainda mais no período de vacas magras que atravessamos — resume Roberto José Santos, diretor do abrigo.
Os voluntários, todos estudantes de engenharia, enxergam na iniciativa uma chance de aliar teoria e prática e também um aprendizado humano.
— Nada é tão gratificante quanto o abraço de uma criança — diz Guilherme Nichelli, aluno da Veiga de Almeida.