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Data: 18/04/2016

Veículo: R7

Deputados de 11 dos 15 Estados onde Dilma venceu em 2014 foram chave na batalha do impeachment
18/04/2016

Para especialistas, resultado da votação na Câmara pode ter como foco o jogo político envolvendo disputas locais


Deputados federais de 11 dos 15 Estados onde Dilma havia sido vitoriosa no segundo turno das eleições de 2014 votaram no domingo em sua maioria pela abertura do processo de impeachment contra a presidente, segundo um cruzamento de dados feito pela reportagem da BBC Brasil.

Segundo especialistas, a partir do voto dos deputados federais é possível inferir mudanças de opinião do eleitorado da petista, cada vez mais descontente com os rumos do governo, e também mudanças no clima e no jogo político envolvendo disputas locais, com vistas ao pleito de 2018.

Nas eleições presidenciais de 2014, Dilma venceu em 15 Estados, a maioria nas regiões Norte e Nordeste, enquanto seu adversário no segundo turno, Aécio Neves, ganhou nos 11 restantes e no Distrito Federal.

Mas, na votação dos deputados no domingo, em apenas três deles a presidente teve mais votos legislativos contrários a seu impeachment: Bahia (22 contra o impedimento e 15 a favor), Ceará (11 contra e 9 a favor) e Amapá (4 contra e 3 a favor).

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Na prática, a petista perdeu a votação legislativa em 11 Estados onde havia obtido a maioria dos votos populares durante o pleito presidencial (Dilma venceu no Piauí em 2014, mas houve empate na votação do impeachment - 5 contra e 5 a favor).

Um dos exemplos mais notórios é o Maranhão. Dilma obteve ali sua maior proporção de votos populares (78,6% do total) em 2014. Mas, no domingo, dez dos 18 deputados federais do Estado (55%) optaram por defender a saída da presidente do cargo.

"O eleitorado que deu vitória a Dilma em 2014 já não é mais o mesmo. Não há dúvida de que a presidente perdeu apoio em seus redutos eleitorais. Sua popularidade está em baixa. E isso se deve, sobretudo, a promessas não cumpridas. Durante a campanha, Dilma fez promessas que não conseguiu concretizar", argumenta Ricardo Ismael, cientista político da PUC-Rio.

"As pesquisas mostram que muitos desses eleitores estão frustrados com o segundo mandato da petista e, sobretudo, com o andamento da economia", acrescenta.

Ismael lembra que, durante a corrida presidencial de 2014, a popularidade de Dilma, apesar de menor do que durante o primeiro mandato, não estava tão baixa como agora. Tampouco o cenário econômico inspirava tamanha preocupação. Além disso, a operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, ainda não havia tomado vulto.

Reflexo

Mas até que ponto a opinião dos deputados federais sobre o impeachment de Dilma reflete a vontade popular?

Segundo Ismael, a relação é mais estreita do que parece.

"Não se trata apenas de negociações políticas. Os deputados estão de olho nas eleições municipais (de outubro) porque precisam de cabos eleitorais para ajudá-los a se reeleger. Nenhum parlamentar vai votar contra ou a favor do impeachment de Dilma sem medir o impacto dessa decisão em sua base eleitoral", argumenta Ismael.

"Ou seja, ninguém vai querer contrariar a vontade popular. O que acontece hoje é que poucos deputados querem ver sua imagem associada à da presidente, pois sua popularidade está em baixa".

Ismael lembra que situação semelhante aconteceu com o ex-presidente Fernando Collor, também alvo de um processo de impeachment.

Rafael Cortez, analista da Tendências Consultoria, concorda. Mas ressalva que o resultado da votação de domingo na Câmara revela, sobretudo, o jogo político envolvendo as disputas locais com vistas às próximas eleições, em 2018.

"Sem dúvida, houve uma queda da popularidade da presidente. Mas essa queda foi geral. Por que alguns Estados decidiram trair Dilma? Minha aposta está no poder de negociação dos governadores", opina ele.

"Muitos desses Estados eram controlados por partidos da base aliada, que desembarcaram do governo. Além disso, já há uma movimentação para as eleições (presidenciais) de 2018. O deputado federal de um partido que tenha feito parte da base governista e que tente a reeleição não vai querer correr o risco de ser alvo de ataques de seu opositor por ter votado contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff", conclui Cortez.

Obs: Dilma perdeu para Aécio Neves nos seguintes Estados: AC, DF, ES, GO, MS, MT, PR, RS, RO, RR, SC e SP. Todos os deputados desses Estados votaram a favor do impeachment.


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