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Tipo de Clipping: WEB

Data: 25/11/2016

Veículo: IstoÉ Dinheiro

A recuperacão da Petrobras
25/11/2016

O filme “Horizonte Profundo: Desastre no Golfo”, que estreou no Brasil em 10 de novembro, conta a história da plataforma de petróleo Deepwater Horizon, da British Petroleum (BP), que explodiu no Golfo do México em abril de 2010, provocando um dos maiores acidentes ambientais da história. Pior pesadelo de todo executivo da indústria petroleira, a catástrofe tem inúmeras lições a ensinar. “O filme mostra com muita evidência uma sequência de equívocos”, diz Pedro Parente, presidente da Petrobras, à DINHEIRO. “O principal deles é que, como o campo estava atrasado, a meta financeira foi a prioridade e não a segurança. Com a economicidade em risco, pularam etapas importantes e mandaram seguir em frente.”Desde 1º de junho como o principal executivo da maior empresa do País, segundo o anuário AS MELHORES DA DINHEIRO, Parente tem a delicada missão de manter a segurança dos ativos e dos funcionários da Petrobras ao mesmo tempo em que promove uma drástica redução no endividamento da companhia. “Não vamos fazer o ajuste financeiro à custa da segurança da empresa”, afirma o executivo. As palavras de Parente não formam um discurso vazio. No Plano de Negócios e Gestão da empresa para o período 2017-2019, apresentado em setembro, pela primeira vez a segurança e a parte financeira foram colocadas como métricas, com a mesma hierarquia.Se para alguns isso pode parecer sem importância, para Parente elas estão tão correlacionadas que não podem estar desequilibradas. Na prática, isso significa que a busca pela redução da alavancagem da Petrobras (de 5,3 vezes a geração de caixa para 2,5 vezes, em 2018) não poderá aumentar a taxa de acidentados registráveis por milhão de homens-hora (TAR). Esse indicador, que era de 2,2 no final de 2015, tem de chegar a 1,4 em 2018, uma queda de 36%. A vigilância, no entanto, permanecerá constante até alcançar a média da indústria de óleo e gás, que está próxima de 1.“Tivemos uma redução na taxa de acidentados para 1,6 no terceiro trimestre e o indicador dívida líquida sobre a geração de caixa está em 4,1”, disse Isabela Rocha, gerente executiva de Relações com os Investidores, na apresentação de resultados. “Esses dois movimentos mostram uma tendência de convergência, conforme anunciado no nosso plano de negócios.” Desde que a Petrobras passou a ser comandada por Pedro Parente, as ações ordinárias da empresa na Bovespa registram valorização de quase 70%, tendo sido negociadas a R$ 17,56 no pregão de quinta-feira 24.No mesmo período, os papéis preferenciais quase dobraram de valor, de R$ 8,18 para R$ 15,58. Esse comportamento chamou a atenção de grandes investidores internacionais, como George Soros, que tem uma fortuna estimada em US$ 25 bilhões, e Robert Citrone, da Discovery Capital Management, que detém US$ 12 bilhões em ativos. Soros, que havia vendido todas as suas ações da Petrobras há um ano, adquiriu 1,5 milhão de papéis. A confiança de Citrone parece ser maior: ele confirmou ter pouco mais de 27 milhões de ações da petroleira brasileira.Na semana de 15 de novembro, Parente esteve em Nova York para demonstrar como vai tornar a empresa mais rentável e produtiva, além de dificultar a aparição de novos casos de corrupção. Mais de 400 investidores assistiram a apresentação. O que mais tem chamado a atenção do mercado é a obstinação em cumprir à risca o plano de desinvestimento e se desfazer dos ativos que não estejam ligados à exploração e à produção de petróleo. Havia uma desconfiança se a Petrobras conseguiria atingir os US$ 15,1 bilhões prometidos para 2016.Mas, com a negociação da Liquigás para a Ultragaz, por cerca de US$ 1 bilhão, a petroleira concretizou a oitava venda e conseguiu colocar em caixa quase US$ 11 bilhões. A expectativa é que novos anúncios sejam feitos até o fim do ano. “A empresa está seguindo o caminho certo e o plano de desinvestimento está andando”, diz Alfredo Renault, professor de economia da PUC-Rio especialista no setor de óleo e gás. “A venda de ativos é parte essencial do processo para reestabelecer a confiança na Petrobras.”A recuperação da credibilidade na companhia passa pelo aumento da transparência. Para mostrar aos investidores o real valor da Petrobras, os executivos promoveram uma imediata reavaliação de ativos, levando em consideração a apreciação do real frente ao dólar e a variação do preço do petróleo. Esse é um processo natural, realizado anualmente (o último aconteceu no quarto trimestre de 2015), mas que foi antecipado neste ano para ficar em linha com o novo plano estratégico.Por esse motivo, a Petrobras reportou um prejuízo de R$ 16,5 bilhões no terceiro trimestre, o terceiro pior de toda a sua história. Se não tivesse feito esse ajuste, o resultado teria sido um lucro de R$ 600 milhões. “Olhar o lucro é importante para o investidor, em razão dos dividendos, mas essa gestão está conseguindo fazer grandes avanços operacionais”, diz Celson Plácido, estrategista-chefe da XP Investimentos. “Tanto que há uma atratividade grande de estrangeiros para comprar ações da Petrobras.”Dentro dessa reavaliação de ativos, a Petrobras colocou uma provisão para gastos com ações individuais em Nova York no valor de US$ 1,2 bilhão. Na quarta-feira 23, o Conselho de Administração, comandado por Nelson de Carvalho, aprovou um acordo para encerrar onze dessas ações. Nos últimos 30 dias, a companhia fechou 15 acordos. “A Petrobras foi vítima dos eventos a partir de transações contratadas em nome dela, e que se denomina Operação Lava Jato”, afirma Parente. “A Petrobras perdeu muito, financeiramente e na sua reputação.” A recuperação já começou, mas não será rápida.-----Leia a entrevista completa com Pedro Parente


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