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Data: 06/03/2017

Veículo: Extra

Vilões de 2016 ainda influenciam inflação deste ano
06/03/2017

RIO - A inflação está em queda livre, mas o efeito dos principais vilões dos preços no ano passado ainda aparece nos números oficiais. Segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), nove grupos, registravam taxas de mais de 10%, no acumulado em 12 meses. Na lista, estão produtos que pesaram no bolso do consumidor em 2016, como o feijão e o leite. Para especialistas, a tendência é de desaceleração, mas as taxas devem se manter altas por alguns meses, até que o recuo de preços comece a aparecer nas estatísticas.

Os nove grupos com inflação de dois dígitos têm peso de 20,5% sobre o IPCA. A maior alta é da categoria que abriga o feijão, que castigou o orçamento do brasileiro no ano passado. O grupo de cereais e leguminosas registrava, em janeiro, alta de 22,18% no acumulado em 12 meses. Só o feijão mulatinho apresentava alta acumulada de 83,5%, embora tenha ficado mais barato em janeiro (-0,07%).

Segundo o economista Luiz Roberto Cunha, professor da PUC-Rio, não há no radar o risco de uma nova disparada no preço do produto. Mas uma inflação acumulada deste tamanho só deve ficar mais comportada a partir de junho.
— (A alta de) cereais foi o feijão, por causa da quebra de safra no inverno (entre junho e julho). Mas desde agosto o produto vem apresentando números negativos. Em junho ou julho deste ano este acumulado deve quase zerar, pois não acreditamos que os percentuais do ano passado se repitam. Mas de agosto em diante deve subir para fechar o ano quase que estável, mas no campo negativo — explica Cunha.

LEITE E DERIVADOS
Outra categoria importante a influenciar os números para cima foi a de leite e derivados, com alta acumulada de 14,33%. A história é semelhante à do feijão. Os preços do leite longa vida, por exemplo, chegaram a subir 17,58% em um só mês (julho), para depois começarem a recuar. O produto registrou quatro deflações seguidas entre setembro e dezembro do ano passado, mas o número, no acumulado, permanece alto.

— O fato de ter alguns itens ainda com um patamar muito elevado é porque teve uma alta muito forte no início do ano passado. Quando limpar toda essa sujeira do choque agrícola de 2016, vamos ter um número bem mais baixo, o mais baixo desde 2009, último ano em que o grupo ficou abaixo de 3% — avalia Luiz Otavio Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil.

O grupo de saúde e cuidados pessoais — que, sozinho, pesa 11,64% no IPCA — também deve ficar um pouco mais comportado em 2017, embora ainda acima da inflação média, na avaliação do especialista. Até janeiro, a categoria registrava alta acumulada em 12 meses de 10,76%, com peso de 11,64% na composição do IPCA.
— (A taxa está relacionada à) forte alta dos remédios em abril de 2016 ("indexação" da forte alta de 2015), que não deve se repetir este ano. Também os planos de saúde têm uma forte indexação, pois repassam custos hospitalares, consultas médicas e remédios... Neste anos a alta também deve ser menor, mas, mesmo assim, acima da média da inflação para 2017 — completa Cunha, da PUC-Rio.

INFLAÇÃO ABAIXO DA META
Se os vilões de 2016 se mantiverem comportados, a tendência é que a inflação encerre, finalmente, abaixo da meta estabelecida pelo governo. A última vez que isso foi em 2009, quando o índice fechou em 3,14% — abaixo, portanto, do objetivo de 4,5%. Para o fim deste ano, os economistas consultados semanalmente pelo Banco Central para o boletim Focus estimam IPCA de 4,36%.
Leonardo França, economista da Rosenberg Associados, afirma que, considerando o ponto de vista atual, repetir o feito de 2009 é possível. Embora não descarte riscos — como alterações no câmbio — que podem surgir nos próximos meses, considera que estão equilibrados:
— Acho que o melhor é sempre olhar do ponto em que a gente está. De hoje, dá pra dizer que tem conforto. Surpresas e riscos existem, mas estão controlados.


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