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Data: Segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Moradores de favelas e o tempo desperdiçado no trajeto até o trabalho
21/11/2013
O tempo que os trabalhadores desperdiçam no caminho até o trabalho é um desafio que está impactando o dia a dia dos moradores de comunidades. Segundo o estudo da FGV no Rio de Janeiro, o tempo médio para chegar ao trabalho é de 42,6 minutos, porém esse tempo não corresponde nem um pouco com o que um morador de favela gasta. Na verdade, muitas vezes, esse é o tempo que ele leva para pegar o primeiro ônibus.
Um sistema de transporte caro e vergonhoso, pessoas são transportadas em lote, como se fossem mercadorias, e perdem o pouco do tempo que restam para cuidar de suas famílias e do repouso dentro dos precários ônibus desta cidade.

Moradores da Rocinha na eterna espera pelo ônibusPara piorar a situação, o nosso prefeito retirou de circulação o transporte complementar que atendia à Rocinha e outras comunidades, reduzindo a pouquíssimos veículos, sem oferecer opções de ônibus. Ou seja, o morador de favela sofre duas vezes para chegar ao trabalho, além do trânsito caótico da cidade, ele tem o desafio de conseguir pegar um transporte para esse deslocamento.
Decisões que prejudicam o trânsito e as comunidades já não nos surpreendem mais, já que vem de um prefeito que lava as mãos para a população, afinal, ele não enfrenta esses problemas, não usa ônibus lotado, não fica na fila e não precisa de nenhum transporte público. Esse caos reflete na redução da qualidade de vida e na saúde das pessoas.
“Eu trabalho em Copacabana, e demoro pra chegar à Rocinha, muitas vezes, quase duas horas, é inadmissível tamanha demora para esse pequeno trajeto, só pra pegar o ônibus, levo quase meia hora, um absurdo perder o pouco tempo que tenho para descansar dentro de um ônibus e ainda de pé. Tenho que pagar uma pessoa de confiança pra ficar com meu filho até eu chegar em casa“, desabafa Leandro Assis, morador da Rocinha.
A sensação é que a cidade está parando. É preciso revisar o sistema de transporte da cidade. A prefeitura precisa pensar nos ganhos do transporte coletivo do ponto de vista social, ambiental e econômico. Não é possível que com o quanto que gastamos com mobilidade, pagando caríssimo pelas passagens não possamos ter um retorno e uma solução digna.
Como um pai pode chegar em casa e descansar, ensinar o dever de casa para seus filhos e saber do dia da família? O único lazer que temos é o de olhar pela janela dos ônibus a praia e o mar, do que adianta toda essa paisagem se não se pode usufruir?
* Davison Coutinho, 23 anos, morador da Rocinha desde o nascimento. Formando em desenho industrial pela PUC-Rio, membro da comissão de moradores da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, professor, escritor, designer e liderança comunitária na Comunidade, funcionário da PUC-Rio.

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