Folha Dirigida Tipo de Clipping: WEB
Data: 18/08/2014
Veículo: Folha Dirigida
Os jovens e suas expectativas para o mercado de trabalho
18/08/2014
No Brasil, as dúvidas e reflexões sobre o futuro profissional começam com a proximidade do vestibular, quando chega a hora de escolher a carreira. Ao ingressar na faculdade, ao mesmo tempo em que surgem respostas para várias perguntas, muitas outras se acumulam na cabeça dos estudantes. Aos poucos, a preocupação com o início da vida profissional vai tomando forma e ganhando corpo até o aparecimento das primeiras preocupações reais sobre a inserção no mercado de trabalho, disponibilidade de vagas, salários compatíveis com as expectativas, qualificação profissional, entre outras.

Muitas vezes, a principal porta de entrada para o mundo profissional é o estágio. Por isso, na medida em que avançam nos períodos da graduação, os estudantes começam a buscar oportunidades de ingresso. Porém, conquistar uma vaga nem sempre é tão fácil, seja pela baixa oferta ou por exigências além da conta por parte das empresas. Tal dificuldade preocupa alguns universitários, principalmente aqueles que já estão nos últimos períodos da graduação. É o caso de Paulo Pitasse e Alyne Oliveira, ambos do 10º período da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Ambos revelaram que estão procurando um estágio há cerca de um ano. As oportunidades, entretanto, andam escassas.

"Nos últimos tempos, a inserção no mercado de trabalho tem sido bem difícil. Estamos há um ano nesta batalha e dificilmente passamos da etapa de triagem. Em muitos casos, é pela falta de oportunidades mesmo, pois conversamos com nossos colegas e poucos têm sido chamados. É algo recente, talvez um momento de crise pelo fato de a economia estar um pouco instável e, por isso, estão contratando menos. Até porque até dois ou três anos atrás, ainda havia muitas oportunidades", comentou Paulo, aluno de Engenharia Química, em coro com Alyne, que estuda Engenharia de Alimentos. "Alguns amigos recém-formados seguiram para o mestrado ou mudaram de área. Eu mesma estou pensando em mudar um pouco os rumos. Considero ir para a parte de gestão. Apesar de ter visto poucas vagas também, acho que é a que mais oferece oportunidades atualmente", completou.

As amigas Natalia Soares e Fernanda Fernandes, que estão no 4º período de Jornalismo da Faculdade CCAA, enfrentam um problema parecido. De acordo com elas, as empresas têm sido muito exigentes na hora de selecionar os estagiários. Um dos principais problemas é a cobrança de experiência anterior ou de conhecimentos que ainda não foram vistos em sala de aula. "Já me pediram qualificação em relação a técnicas de Photoshop, mas ainda estamos voltadas para a parte de texto na faculdade. Algumas qualificações que deveriam ser para o pessoal de publicidade, estão sendo pedidas para jornalistas. Não teria problema nenhum se pudéssemos aprender durante o estágio, mas querem que a gente já entre sabendo. E o estágio, para mim, é a oportunidade de colocar em prática aquilo que aprendemos em sala. Quem termina a faculdade sem estagiar encontra muita dificuldade de arrumar emprego", falou Fernanda Fernandes.

Para driblar essa situação, Natalia Soares tem procurado cursos que possam enriquecer seu currículo, entre eles o de idiomas e de um programa de edição de vídeos. Outro fator que vem atrapalhando, na opinião da estudante, é a falta de matérias voltadas para a prática nos primeiros períodos da graduação. "Ainda estamos estudando muita teoria. Sinto falta de alguma coisa mais prática, mas a partir de agora começaremos a ter técnicas de reportagem, de redação e apuração, por exemplo. Espero que ajude, pois o estagiário ainda não domina todas as técnicas que pedem. Nossa ideia ao entrar em determinada empresa é aprender e progredir junto com ela. Fui colaboradora de um blog e vi que a gente só aprende quando coloca a mão na massa. Por isso, acho fundamental estagiar durante a faculdade", afirmou.


Estudantes classificam boa comunicação como fundamental para sucesso na carreira

Apesar de concordar com a crescente exigência das empresas, Vinícius Casalta e Cristóbal Ossa, ambos alunos de Administração da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), não encontraram tantas dificuldades para conseguirem um estágio. Os dois revelaram que já tiveram outras experiências e, ao menos na área que estudam, existem boas oportunidades.

De acordo com Vinícius Casalta, que está terminando o 8º período e procura vagas para recém-formados, conhecimentos em informática e o domínio da língua inglesa não são mais considerados diferenciais. Em muitos casos, na opinião do universitário, o que determina quem ocupará a vaga não é a formação acadêmica, mas sim saber se comunicar de maneira adequada. "Às vezes, a pessoa tem boa formação e várias qualidades, mas não sabe se vender e fazer contatos. Com isso, acaba não indo para frente. Hoje, vejo que uma boa capacidade de comunicação e ter dedicação conta bem mais que o nome da instituição que você carrega no currículo. Quem leva o curso com a barriga e não busca conhecer os recursos e possibilidades oferecidas não vai ser diferente de um outro qualquer no mercado de trabalho", comentou.

Cristóbal Ossa, do 7º período, pensa parecido. Além dos conhecimentos de informática e a proficiência em inglês, experiências fora do país têm contado pontos positivos durante as seleções que participou, pois os empregadores interpretam que o estagiário poderá se adaptar com mais facilidade às novidades. As demais qualificações, para ele, dependem do tipo da vaga desejada, já que o leque de atuação para quem faz Administração é amplo. "Pelo que tenho visto, tem bastante vaga. E não são estágios bobos de servir cafezinho. Você trabalha de verdade e aprende bastante", afirmou, antes de falar sobre suas experiências. "É uma realidade diferente que, mesmo com algumas atividades na faculdade, só conhecemos na prática, como lidar com um chefe e respeitar hierarquia, por exemplo."


Especialistas em RH listam o que as empresas buscam nas seleções de estágio

Boa capacidade de comunicação, saber trabalhar em equipe, dominar a língua inglesa, ser flexível, dedicado e ter vontade de crescer e transformar. Estas são algumas das características e qualificações que os empregadores buscam atualmente nas seleções para estagiários e recém-formados, segundo responsáveis pelo setor de Recursos Humanos de empresas que montaram stands na XVII Mostra PUC, realizada entre os dias 12 a 15 deste mês.

De acordo com Tallita Kemmer, coordenadora de RH da L'Oréal, como o mercado de trabalho está em constante mudança, saber ser flexível é extremamente importante. "No nosso programa de estágio, por exemplo, selecionamos dois ou três para um período no exterior. Consideramos que esse tipo de experiência, quando se abrem para novas situações e saem da zona de conforto, são fundamentais para formar os profissionais que queremos para o futuro", falou, explicando que aqueles que conseguem mostrar que procuram ir além do que estava prescrito saem na frente dos demais. "Pode ser um algo a mais dentro da sua área, uma iniciativa de engajamento social ou que mostre que procurou ampliar seus horizontes de alguma forma", completou.

A analista de RH do InfoGlobo, Tatiana Fabiano, tem opinião parecida. Para ela, além da parte acadêmica, os candidatos precisam mostrar que têm um algo a mais que os diferencie dos outros aspirantes à vaga. "Você faz jornalismo, mas o que busca dentro da profissão? O que faz da sua vida para que não seja apenas mais um? O mesmo vale para as outras áreas. Não basta ser mais um no mercado. Durante as seleções, as empresas buscam identificar aqueles estudantes que procuram mais que um simples estágio. Precisam ter vontade de crescer, pois todos podem ser desenvolvidos", falou.

Para Andrea Mathias, diretora de RH da White Martins, características como articulação, boa capacidade de relacionamento interpessoal e pensamento lógico e analítico, que podem ser interpretados como o potencial para desenvolver outras habilidades, segundo a especialista, são fundamentais para causar uma boa impressão durante o estágio. Em relação à parte acadêmica, ela cita o curso de nível superior e o inglês fluente como requisitos básicos para o ingresso. A pós-graduação, na opinião dela, não é uma necessidade, exceto nas áreas técnicas, pesquisa e desenvolvimento. "Nesses três casos, a pós é essencial até para conseguir o cargo inicial. Fora isso, não vejo no mercado brasileiro essa busca desenfreada por profissionais com MBA ou pós-graduação. Quem faz logo depois de obter o diploma superior não consegue aproveitar o que aprendeu no curso", analisou.

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