Tipo de Clipping: WEB
Data: 05/12/2015
Veículo: Extra
RIO - O envelhecimento da população brasileira já se reflete no aumento do número daqueles que são considerados dependentes no país. A chamada razão de dependência total - que é a relação entre as pessoas economicamente dependentes (de até 14 anos e acima de 60 anos) e as potencialmente ativas (entre 15 e 59 anos) - deve avançar de 54,7 para cada cem em 2014 para 56,8 em 2030 e 87,6 em 2060, segundo os dados da Síntese de Indicadores Sociais, do IBGE.
Esse fenômeno é puxado pelos idosos. Enquanto a relação de crianças até 14 anos deve cair de 33,5 a cada cem pessoas de 15 a 59 anos em 2014 para 27,6 em 2030 e 24,4 em 2060, a relação daqueles com mais de 60 anos frente aos adultos deve triplicar, ao passar de 21,2 em 2014 para 63,2.
A questão mais preocupante, apontam especialistas, é que o custo dos idosos - como previdência, assistência social e saúde - é maior que o de crianças - mais concentrado em educação.
- O custo do idoso é duas vezes maior que o da criança. O fato de a alta da dependência vir do aumento do idoso torna mais elevado o custo de manutenção desses dependentes. Sem reforma, a Previdência vai ficar insustentável - afirma o professor da PUC-Rio e economista-chefe da Opus Gestão de Recursos, José Marcio Camargo.
Especialista em demografia e previdência, o professor da Ebape/FGV Kaizô Beltrão lembra que hoje a receita da Previdência Social já é menor que os gastos:
- A reforma já deveria ter sido feita.
Ele destaca que a equiparação da idade de aposentadoria de homens e mulheres, a desvinculação do pagamento da aposentadoria ao salário mínimo e o pagamento de benefício menor que o salário mínimo para aqueles que não contribuíram para a Previdência são algumas das medidas necessárias para reduzir o déficit.