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Data: 03/01/2016

Veículo: Extra

Arquitetura carioca com sotaque espanhol
03/01/2016

RIO — Era início do século XX e começava na cidade uma grande reforma urbanística, com inspirações e aspirações parisienses. Entre os nomes da arquitetura que ajudaram a compor este novo cenário, estava o de um espanhol de pouco mais de trinta anos, adepto do ecletismo e do historicismo: Adolfo Morales de Los Rios. Ele emplacou o maior número de projetos na antiga Avenida Central, hoje Avenida Rio Branco. Dos mais de 80 prédios, 17 saíram de sua prancheta. Atualmente, só dois idealizados por ele ainda estão lá: o do Museu Nacional de Belas Artes (antiga Escola Nacional de Belas Artes) e o do Supremo Tribunal Federal (que hoje abriga o Centro Cultural Justiça Federal). Apesar de essas serem as obras mais conhecidas de Morales de Los Rios, sua contribuição para a paisagem da cidade ultrapassou os limites do Centro.
Ele projetou, por exemplo, a Basílica do Imaculado Coração de Maria, no Méier, tombada pelo município desde 2009 e única igreja em estilo neomourisco na cidade. O Palácio São Joaquim, na Rua da Glória, também tem a assinatura do arquiteto, natural de Sevilha. Em estilo eclético, ele foi construído em 1918 para ser a residência do primeiro arcebispo do Rio, cardeal dom Joaquim Arcoverde Cavalcanti de Albuquerque.
Professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretora cultural do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ), Ceça Guimaraens conta que, entre os mais de quatro mil projetos do espanhol no país, o ecletismo e o historicismo foram, de fato, os estilos mais marcantes. Ela destaca o uso do ferro nas construções, não só como adorno, mas na própria estrutura dos edifícios: 
— Profissional múltiplo, ele chega à cidade numa época em que as capitais do mundo estavam se renovando, e o Rio estava cheio de estrangeiros. Mesmo assim, consegue se destacar. Na Europa, o ecletismo era quase uma filosofia. E Morales de Los Rios vem com este pensamento, do ecletismo, e se apropria de elementos de diferentes origens. No Rio, o auge é justamente a Avenida Rio Branco.
Morales de Los Rios — que veio para o Brasil após desistir do Chile, que enfrentava problemas políticos — ganhou fama com o resultado do concurso de fachadas para a Avenida Central, em 1904. Ele levou o segundo prêmio e várias menções honrosas. Professor de composição de arquitetura da Escola de Belas Artes, ele foi um dos poucos profissionais que atuaram na avenida exclusivamente como arquitetos. Seus projetos foram executados por vários empreiteiros.
O prédio da Escola de Belas Artes, por exemplo, foi feito pela Comissão de Construção da Avenida Central, entre 1906 e 1908. Em estilo eclético, ele substituiu a antiga sede da instituição, neoclássica, projetada por Grandjean de Montigny. O desenho original do sevilhano foi modificado, acredita-se, pelo escultor Rodolfo Bernadelli, que era diretor da escola. Seguindo os preceitos do “afrancesamento” da avenida, a fachada principal faz referência à face ocidental do museu do Louvre, em Paris. As laterais, ao Renascimento italiano.
Ainda no século XIX, o espanhol já tinha projetos e pensava em soluções urbanísticas para o Rio. A arquiteta Claudia Thurler Ricci, especialista na obra de Morales de Los Rios, destaca que, da prancheta dele, nasceu até um projeto ferroviário, que não chegou a sair do papel. Em 1901, ele lançou a ideia de fazer uma ponte em estrutura metálica para ligar o Rio a Niterói. 
Cláudia, que é mestre pelo programa em História Social da Cultura da PUC-Rio, com a dissertação “Adolfo Morales de los Rios: Uma história escrita com pedras e letras”, escreveu em seu trabalho que, tão logo ele chegou ao Rio de Janeiro, em 1889, colocou à disposição da cidade os conhecimentos adquiridos na École des Beaux-Arts de Paris, onde estudou. Em seu país, foi autor de obras grandiosas como o Gran Casino de San Sebastian e o Gran Teatro de Cadiz.


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