Se as fortes chuvas são uma preocupação para quem precisa transitar pela cidade do Rio, a população que mora em áreas de encostas tem razões a mais para se preocupar: a instabilidade do terreno e a possibilidade de escorregamentos é um risco real.

O engenheiro geotécnico Álvaro Viana, mestre pela PUC-Rio e criador de uma ferramenta que monitora riscos de desabamentos pela ALTA Geotecnia, no Rio, listou ao EXTRA os sinais mais comuns de que uma casa está em perigo. O profissional recomenda que moradores redobrem a atenção em períodos de chuva, mas diz que o cuidado precisa ser permanente:

— É importante acompanhar se há rachaduras tanto no terreno quanto na casa, por exemplo, e o morador precisa estar atento caso haja desmatamento, por exemplo. A segurança passa a ser, em áreas de risco, uma preocupação coletiva. Se o morador identificar esses sinais, a melhor medida é deixar o local — diz o engenheiro, que aponta para fatores como ausência de vegetação, encosta muito íngreme e terreno com pouca resistência (solo transportado) como os os principais. 

Aprenda a reconhecer sinais de que sua casa está em risco:

1) Ausência de vegetação

Quando há pouca ou nenhuma vegetação, a água da chuva infiltra diretamente no terreno ou desliza diretamente e, de maneira desordenada, desce com muita velocidade, erodindo o terreno ainda mais. Segundo o engenheiro, a parte que infiltra prejudica a a estabilidade porque encharca, deixando ele mais suscetível à rupturas.

2) Rachaduras no terreno

Chamadas de “trincas de tração”, rachaduras nos terrenos são importantes indicadores. 

3) Rachaduras nas casas

Viana explica que qualquer tipo de rachadura, seja nas paredes ou no chão, é um sinal alarmante. “É sinal de que a sua casa está perdendo sustentação”, explica.

4) Formação de uma pequena lombada

Observar o estado do terreno é importante. Quando, na subida do morro, aparece uma pequena lombada, é sinal de que a terra está cedendo, ou seja: o solo já começou a se deslocar.

5) Ausência de animais

Segundo o engenheiro, algumas linhas de pesquisa apostam que animais (como formigas) percebem a ruptura do terreno e, assim, migram de áreas de risco.