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Tipo de Clipping: WEB

Data: 22/01/2017

Veículo: Extra

Designers que enxergam o que está por trás imagem
22/01/2017

RIO - Em novembro de 2015, o telefone tocou novamente. Ela foi atender. Era a cineasta Daniela Thomas, diretora artística da cerimônia de abertura da Olimpíada do Rio. Ela, no caso, é a designer Olívia Ferreira, parceira do também designer Pedro Garavaglia no Radiográfico, um estúdio que funciona no Humaitá. E o telefone...

— Desde que abrimos o estúdio, em 2004, já recebemos algumas ligações que consideramos “do além”. Quando ganhamos um prêmio da Associação dos Designers Gráficos do Brasil (ADG) e saímos numa matéria do “Ela”, por exemplo, o (diretor) Ricardo Waddington nos ligou, nos convidando para fazer a abertura e os videografismos do programa “Por toda a minha vida”, da Globo. Acabamos ficando no projeto por cinco anos — conta Pedro. 

Daniela também chegou a Olívia e Pedro por meio da ADG: ela viu num catálogo anual da associação um trabalho da dupla, procurou o site do estúdio, marcou uma conversa e fechou contrato. Eles ficaram encarregados do design visual da cerimônia, ao lado de Fabião Soares, responsável pelas projeções mapeadas. Você se lembra daquelas bicicletinhas coloridas e enfeitadas que voluntários pedalaram durante a apresentação das 207 delegações olímpicas no Maracanã? Foi ideia dos dois.

— Era um momento muito demorado do espetáculo, em que os atletas passariam horas esperando. Se não fosse minimamente divertido e contagiante, poderia ficar maçante — lembra Olívia.

TIME DE CRIADORES

A designer fala sobre a gênese do invento:

— A bicicleta foi muito inspirada num vendedor que anda com um carrinho lotado de coisas pelas ruas do Humaitá. Ele passa uma mensagem legal de improviso e inteligência, de pensar com o que você tem.

A diretora artística da cerimônia de abertura dos Jogos (ao lado do cineasta Fernando Meirelles) se diz “muito orgulhosa de ter sacado que eles existiam”.

— E de tê-los convidado para que se juntassem a nós. A chegada dos radiográficos no nosso time de criadores foi incrível. Eles trouxeram uma visualidade que superou toda a expectativa, uma brasilidade vigorosamente não provinciana, um humor sofisticado, contemporâneo e a elegância em cada escolha. Tudo que eles tocaram ficou bacana — afirma Daniela Thomas.

Olívia e Pedro, que hoje têm cinco funcionários no estúdio, foram colegas no curso de desenho industrial da PUC-Rio. Depois de formados, ganharam um edital da prefeitura para pôr em prática um projeto de faculdade, o livro “Rio Ateliê”, que demandou um ano de entrevistas com 20 artistas plásticos em começo de carreira na época.

— Isso foi quase uma pós-graduação para a gente. E percebemos que estávamos dando certo juntos. Assim surgiu o Radiográfico — conta Pedro, que também explica o significado do nome escolhido para batizar o estúdio: — Uma amiga falou que estávamos sempre em busca do conceito, que víamos o que estava por trás das imagens, como uma radiografia.

A dupla começou, então, a fazer a programação visual dos desfiles da extinta grife À Colecionadora, de Luiza Marcier. A estilista logo os apresentou ao ator Michel Melamed. Pronto: da moda, migravam para o teatro. Fizeram o programa da peça “Regurgitofagia” (2004), sucesso de público protagonizado por Michel. E, de lá para cá, conceberam programas e/ou cenários de espetáculos como “In On It” (2010) e “Vênus em Vison” (2013). 

MÚSICA NO ELEVADOR

O trabalho do estúdio também foi parar na TV. O cenário desta temporada do “Esquenta”, de Regina Casé, por exemplo, tem os dedos (e o cérebro) do Radiográfico. 

— Começamos a trabalhar com o “Esquenta” em 2013. O cenário era um telão de LED, e a gente fazia o conteúdo das projeções. A equipe nos mandava o tema da semana, fazíamos um brainstorm, mandávamos a ideia para eles por e-mail e esperávamos a aprovação. Era corrido, mas tínhamos um espaço criativo muito aberto, muita liberdade — diz Olívia. 

Agora, os Radiográficos se preparam para desbravar um novo território, a música: acabam de lançar o projeto “Música de elevador”, uma espécie de websérie documental, em que artistas cantam em elevadores antigos da cidade. O primeiro episódio, gravado no Edifício Lage, na Glória, foi com o francês Stéphan San Juan e a americana Gabriela O Riley. E o telefone há de tocar novamente.


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