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Tipo de Clipping: WEB

Assunto: PUC-Rio 

Data: 22/01/2017

Veículo: Extra

Projetos de Grandjean de Montigny ficam no papel, mas fazem história
22/01/2017

RIO - Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny tinha nome com jeito de príncipe, mas era arquiteto. Ele integrou a chamada Missão Artística Francesa, que chegou ao Rio de Janeiro em 1816, trazida por dom João VI - a família real aportara na cidade em 1808. Responsável por obras marcantes para a arquitetura do Rio, como a Academia Imperial de Belas Artes, que veio a se tornar a Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Montigny também fez inúmeros projetos que não saíram do papel.

As contribuições do profissional, concretizadas ou não, estão reunidas na exposição "Grandjean de Montigny e Rio de Janeiro no século XIX - Planos e projetos de um arquiteto francês para uma metrópole em construção", em cartaz até março no Museu Nacional de Belas Artes, no Centro. 

Entre os projetos de Montigny que não foram levados adiante, concebidos nos anos 1820, estão o Palácio Imperial, um prédio de 170 metros quadrados que abraçaria o Paço Imperial, na Praça Quinze, e o Senado do Império, construção suntuosa que seria erguida onde hoje é o Teatro Carlos Gomes, na Praça Tiradentes. 

- A gente quis mostrar o que ele projetou e o que conseguiu construir - diz Laura Abreu, uma das curadoras da mostra.

FALTA DE VERBA

A mostra tem como guia um mapa do Rio de Janeiro que dom João VI mandou fazer em 1808, quando chegou ao Brasil. A planta, que só ficou pronta em 1812, foi reproduzida em grande escala no chão da sala do museu onde os trabalhos de Grandjean de Montigny estão reunidos: a ideia é que os visitantes vejam as propostas urbanísticas que o arquiteto tinha para a cidade.

— Menos da metade do que ele idealizou foi tirado do papel. Lendo os documentos, o que a gente identifica é que todas as dificuldades eram burocráticas e financeiras. A verba demorava, mudavam os gestores — enumera a curadora da mostra, Laura Abreu. — A partir do Rocio (atual Praça Tiradentes), que, na época, era uma área longínqua e desprestigiada, ele propõe a abertura de dois eixos importantes para a cidade. Um ligava ao Paço (a Praça Quinze). O outro, seguia para o lado do Passeio Público (na Lapa), onde mais tarde surgiriam bairros como Botafogo e Laranjeiras. Nada foi feito.

O francês também pensou, em vão, em reorganizar o espaço do Campo de Santana, na Praça da República. 

— Ele propôs uma série de elementos arquitetônicos para o seu entorno, como um monumento em homenagem à abdicação de dom Pedro I em favor do seu filho, dom Pedro II, em 1831. E uma espécie de Arco do Triunfo. Temos que lembrar que ele traz toda uma tradição europeia, veio de uma corte napoleônica e é formado na academia de Paris, com o mais puro neoclassicismo francês.

Entre os projetos concretizados pelo arquiteto, falecido em 1850, estão o prédio da Praça do Comércio (a bolsa de valores da época), onde hoje funciona a Casa França Brasil, no Centro, e o Solar Grandjean, sua residência no que viria a ser a Gávea, hoje um centro cultural pertencente à PUC-Rio. E ainda a Academia Imperial de Belas Artes, cujo pórtico foi transferido para o Jardim Botânico, com a sua demolição, em 1938. 

— Ele deu aulas na academia, exerceu o papel de primeiro professor oficial de arquitetura no Brasil. Formou uma geração de arquitetos, escultores e pintores — destaca Laura. 

Professor e ex-diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, Gustavo Rocha-Peixoto atesta a importância do legado do francês:

— Ele sempre ocupará um lugar na memória e na arquitetura do Brasil.


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