Jornal do Brasil
Site: Jornal do Brasil
Data: Terça-feira, 3 de julho de 2012
Hora: 19h59
Seção: Rio
Autor: Rômulo Diego Moreira
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Movimento por mais verba para a educação não esconde divergências
Manifestantes de universidades do Rio de Janeiro – UFRJ, Unirio, Rural, Uerj, UFF e a PUC-Rio - e colégios como Pedro II e o CAP da Uerj realizaram, nesta terça-feira (3), no Centro do Rio, nova manifestação em favor da educação pública, a primeira organizada pelo denominado do Comando Nacional de Greve Estudantil. O evento reuniu cerca de 150 manifestantes. Eles reivindicam 10% do PIB para a educação.
Na manifestação predominavam os movimentos estudantis associados à Anel (Associação Nacional dos Estudantes Livre), instituição criada em oposição à tradicional União Nacional dos Estudantes (UNE). As duas entidades brigam pela representatividade no meio estudantil. A UNE é vista pela Anel como governista, por ser formada por estudantes ligados aos partidos da base do governo.
A briga entre as duas se reflete no movimento estudantil e na forma de atuação. A Anel defende que a negociação dos grevistas com o Ministério da Educação seja feita pelo recém formado Comando Nacional de Greve Estudantil. Este, teoricamente representa os DCEs (Diretório Acadêmico Estudantil) e as organizações estudantis, inclusive a UNE.
A UNE se intitula a representante dos estudantes e, como tal, negociou, no último dia 26, com o ministro da Educação, Aluízio Mercadante. Na mesma data, em Brasília acontecia a marcha em favor do ensino público. Enquanto a marcha reivindicava os 10% do PIB já, a UNE aceitava jogar a reivindicação para 2023.
“O fato do governo não ter recebido nenhuma categoria – professores, servidores -, mas, somente a UNE, levanta dúvidas da credibilidade da negociação”, argumenta Rian Rodrigues, 24 anos, estudante de pós-graduação em Educação Física, na UFRJ, ligado à Anel.
Clarissa Alves, 26 anos, aluna de Ciências Sociais da PUC-Rio e vice-presidente da UNE ignorou a polêmica. Ela garante que a negociação com Mercadante foi bem sucedida. “É uma vitória que faz parte da nossa luta”, diz.
Além dos alunos das universidades, também estavam representadas as escolas estaduais e federais como Pedro II e Cap. da UERJ. Matheus Molina, 17 anos, aluno do Colégio Pedro II, afirmou que a “greve total atrapalha de diversas maneiras o aprendizado na escola, devido à falta de professores. Vai atrasar o nosso final de ano".