Tipo de Clipping: WEB
Data: 08/11/2014
Veículo: Gazeta Digital
Tivemos o retorno das atividades políticas em nosso País e mal se reiniciaram parece que teremos o mais do mesmo dos últimos quatro anos. Algo de diferente aconteceu, mas já era previsto que a Câmara Federal recusaria a aprovação da ‘malfeita’ proposta contida no projeto de lei que o PT busca a qualquer preço impor no cenário nacional, os chamados Conselhos Populares, algo idiota e retrógrado diante das necessidades de avanço da administração brasileira em melhorar sua produtividade de trabalho que ora é lastimosa. Conselhos Populares, em qualquer lugar do mundo, sempre tiveram e têm a fotografia de inoperantes e meros cumpridores da vontade do governo em promover, por vias de atalho da organização política e social verdadeiramente representativa, suas tramoias para impor sua vontade a uma Nação. Foi para o Senado e lá, pelas falas de lideranças, vai sucumbir também.
A grande surpresa, nem tanto pelo lado bom, foi o reaparecimento do Senador Aécio Neves em Brasília com o discurso de rejeitar ações do povo contra o governo Dilma e, por tabela, ao PT. Quis expressar que devemos lutar dentro dos princípios democráticos e de respeito as Instituições. Sim, as Instituições, por seu lado, devem agir dentro das regras assim como fazem governos de povos evoluídos e politicamente avançados, com sólida base educacional, cultural e econômica e mais, de enorme respeito as leis e aos costumes. Agora, rejeitar a tese de ‘impeachment’ levantada por enorme massa da população sem sequer uma avaliação junto ao povo que lhe deu 51 milhões de votos já traz consigo a áurea autoritária, não muito diferente da postura Dillma/Lulla. Liderança não tem coroa na cabeça, tem ideias e propostas de como agir e proceder, e mais, ouvir para conquistar objetivos. Isso não é golpismo.
A ação de pedir pela cassação de mandato da Dilma é um direito do povo e faz parte do processo democrático e constante de lei. A não utilização de direitos, como esse pedido pelas manifestações populares, podem trazer problemas de resultados que hoje vive a população. Foi o caso de 2005 ao permitir que com todos os ‘malfeitos’ do mensalão, o governo Lula continuasse no Poder e deslizar suavemente por toda a extensão da lei e da decência, embarcado na nau da imoralidade, sem sofrer um processo para detê-lo. A omissão foi tanta que até mesmo a perplexidade popular não foi acionada pela oposição sob o manto de que iria provocar ondas de tumultos e rebeliões pelo Brasil. O filme se repete e a história se reescreve e a oposição parece encaixada nisso, inclusive o novo ‘líder’ que não descarta diálogo para ser engabelado. Diálogo só é possível com a borduna na mão, ou seja, com fatos e provas de desmandos e falcatruas, a marca do que está aí.
A vontade popular não é essa. Não há condição de diálogo com aqueles que estão imbuídos de trair a Nação com a proposta externa bolivariana nascida em Cuba de construção da ‘Grande Pátria’. O papel da oposição hoje é desvendar para a população o que se passa nos bastidores do governo e dos chamados ‘movimentos sociais’ e seus objetivos. Estes calcados em ideologias retrógadas que moveram os anos 60/70 e que se aproveitam, como se aproveitaram dos votos do nordeste, do despreparo intelectual e cultural da população e de dirigentes que hoje grassam por toda a América Latina. Sem qualquer cerimônia e até mesmo conhecimento do Itamarati, o governo venezuelano esteve no Brasil, via seu representante, para assinar acordo com o MST. E aí? O que diz a oposição? Temos que colocar a barba de molho, não me refiro ao Lula, com essa oposição do Congresso Nacional que fecha acordo de não convocar os envolvidos do ‘Petrolão’ sob o argumento que o ano já findou.
Acho que os 51 milhões de eleitores de oposicionistas votantes, somados aos 35 milhões que contestaram via nulidade e voto em branco, ficarão, se já não estão, órfãos de representantes. Até o início das atividades, em março de 2015 e com novos membros, tudo estará ao sabor do governo. Caso os 51 queiram ver algo frutífero, o caminho só será viável com o ‘vem pra rua’, não há alternativa. Parece que os acontecimentos da campanha com mentiras, problemas na apuração de votos, uso de máquina pública, Petrobras em que Dilma e Lula sabiam de tudo por aí vai, nada valeram e valem, foram só pequenos desvios de conduta e isso dá uma sensação de que tudo foi e é uma festa, um teatro, um circo e o povo e políticos da oposição, meros ajudantes de palco.
Rapphael Curvo é jornalista, advogado pela PUC-RIO e pós graduado pela Candido Mendes-RJ