Tipo de Clipping: WEB
Data: 20/12/2014
Veículo: Gazeta do Povo
udo indica que o IPCA, taxa oficial de inflação calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), passará raspando na margem de tolerância da meta definida pelo governo, emplacando o quinto ano seguido de inflação em torno de 6,0%. O IBGE informou ontem que a prévia do índice, o IPCA-15, foi de 0,79% em dezembro, encerrando o ano em 6,46%. O cenário deverá se repetir em 2015, dizem economistas.
Economistas do mercado financeiro esperam que o IPCA de dezembro fique em 0,80%, levando a inflação do ano para 6,43%. Os preços da alimentação e dos transportes foram os vilões da inflação entre novembro e dezembro. Somados, esses grupos responderam por 0,52 ponto porcentual da alta de 0,79%. O grupo Transportes, com avanço de 1,59%, foi fortemente influenciados pelas passagens aéreas.
Os preços dos bilhetes sobem e descem mês a mês e dezembro é temporada de alta, mas os 42,42% de alta no IPCA-15 divulgado ontem são fora da curva, na visão do economista Luiz Roberto Cunha, decano do Centro de Ciências Sociais da PUC-Rio. “É um problema de metodologia”, disse Cunha.
Nos gastos com alimentação, o vilão, mais uma vez, foram as carnes, cujos preços subiram 4,02%. Os aumentos, comuns na época de fim do ano, são influenciados pelo crescimento das exportações, na esteira da demanda da Rússia, o que eleva os preços também no mercado interno.
Pressão
Em 2015, a alta de preços não terá alívio. Cunha calcula inflação acima de 1,0% em janeiro, puxada pelas tarifas de serviços públicos controlados pelos governos, como energia elétrica, água e ônibus municipais. Esses vilões deverão ser destaque ao longo do ano.
A conta de luz sai na frente. O consumidor terá que pagar parte da conta da falta de chuvas desde a virada de 2013 para 2014, que deixou a geração das hidrelétricas abaixo da capacidade. Somente o aumento da conta de luz deverá contribuir com 1,0 ponto porcentual no IPCA de 2015.