Tipo de Clipping: WEB
Data: 24/07/2015
Veículo: Extra
Um protesto de taxistas contra o aplicativo Uber, que oferece serviços de motoristas autônomos a passageiros, complica o trânsito do Rio de Janeiro nesta manhã de sexta-feira. Centenas de motoristas de táxi se concentraram nessa madrugada no Aterro do Flamengo, uma das principais vias de ligação entre a zona sul e o centro da cidade, dificultando o acesso à via.
No momento, taxistas continuam a se dirigir para o Aterro do Flamengo, partindo de diferentes pontos da cidade. Mais cedo, por volta das 7h, a avenida Presidente Vargas, uma das principais vias de acesso ao centro do Rio e de ligação para a zona norte da cidade, foi fechada por manifestantes, no sentido Candelária.
Os taxistas alegam que o aplicativo tem tirado clientes de motoristas de táxi tradicionais. Ontem, a secretaria municipal de Transportes e a CET-Rio informaram esquema especial de trânsito para essa sexta-feira, devido à manifestação.
De acordo com informações apuradas por esses órgãos, o protesto terá cinco pontos de concentração em várias áreas da cidade: Avenida Brasil, altura de Realengo; Praia de São Bento, na Ilha do Governador; Estrada Adhemar Bibiano, em Del Castilho; Gávea, em frente a PUC; Avenida das Américas, na Barra da Tijuca; Sambódromo e Clube do Boqueirão, na Glória.
Em entrevista ao Valor em maio, o Uber detalhou que o serviço no país está disponível nas quatro cidades onde a companhia opera (Belo Horizonte e Brasília, Rio e São Paulo). Na época, Guilherme Telles, gerente-geral da operação da companhia no país, informou que o lançamento do serviço por aqui não estava nos planos imediatos da empresa - mas a demanda dos clientes fez os planos serem acelerados.
De acordo com o executivo, o serviço tem tarifa 6% maior que o preço normal dos táxis, mas não cobra adicional de 50% pela mudança de município, como acontece em São Paulo, nem bandeira dois. Atualmente, a cidade de São Paulo conta com a maior frota do país (40 mil carros), com tíquete médio de R$ 50 na corrida, segundo ele.
No Brasil, em maio, vereadores de São Paulo aprovaram projeto de lei pedindo suspensão do serviço na capital paulista - mas o serviço continua, pois projeto precisaria ainda passar por uma segunda votação, e ser sancionado pelo prefeito Fernando Haddad (PT).
Em São Paulo e no Rio, o aplicativo é voltado principalmente para público de alto poder aquisitivo, com motoristas autônomos oferecendo corridas em carros de luxo. O serviço começou em 2009, nos Estados Unidos, a partir de uma "startup" americana do setor tecnológico.