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Tipo de Clipping: WEB

Data: 11/09/2015

Veículo: Extra

Trânsito travado
11/09/2015

RIO — O tormento diário de motoristas pelas vias da cidade começa cada vez mais cedo. Um estudo inédito da prefeitura mostrou que existem sete gargalos importantes no trânsito do Rio e constatou que, às 5h, já há congestionamentos em pelo menos quatro pontos, como nos acessos para a Avenida Brasil e a Avenida Francisco Bicalho. Usando dados do aplicativo de trânsito Waze, do Twitter, ou de operadoras de celular, uma equipe do Pensa — grupo que se debruça sobre números para traçar diagnósticos e buscar soluções para a cidade — fez um levantamento para tentar entender onde e a que horas acontecem os congestionamentos no município.


Durante um ano, eles analisaram as informações geradas por redes sociais (reclamações de motoristas no Twitter ou registros dos usuários no Waze), cruzaram com a taxa de pessoas conectadas às antenas de celular e mapearam os horários e as rotas por onde os cariocas se movem. A pesquisa, que ainda está sendo detalhada e será encaminhada para a secretaria municipal de Transportes, identificou pelo menos 30 locais de congestionamentos, listando os sete piores gargalos, como o acesso da Avenida Francisco Bicalho para o Viaduto Engenheiro Freyssinet (Paulo de Frontin).


A partir de dados que analisam as velocidades médias segundo o Waze, recolhidos entre segundas e quintas-feiras, foi possível estabelecer que os engarrafamentos começam às 5h, principalmente nos acessos da Avenida Brasil a partir da Rodovia Presidente Dutra e da Rodovia Washington Luís.
Entre 5h e 5h59m, também já há gente trafegando a velocidades baixas na chegada da Avenida Brasil para a Francisco Bicalho e na Avenida Pedro II (São Cristóvão), altura da Francisco Bicalho.
Ainda de acordo com o estudo, no entroncamento da Avenida Brasil com a Via Dutra, os automóveis andam a menos de 10km/h logo nas primeiras horas do dia. Segundo a prefeitura, já está sendo implantada uma solução de curto prazo, com o BRT Transbrasil, que passará por lá e deverá desafogar o trânsito.


Por volta das seis da manhã, os congestionamentos nessas áreas se mantêm, e os motoristas começam a ficar engarrafados também em pontos de Vigário Geral (Rua Bulhões Marcial), de Deodoro (Estrada do Camboatá), da Taquara (na Rua Apiacás e na Estrada dos Bandeirantes) e no entorno do Maracanã (Avenida Radial Oeste) e da Leopoldina (Rua Francisco Eugênio).


MOTORISTAS VÊM DE LONGE


A equipe estudou o caso do entorno do Maracanã. Cruzando os dados do Waze com os das antenas de celular, os especialistas concluíram que uma boa parcela dos que passam pela Avenida Maracanã vem de outros municípios: são mais de 30 mil motoristas que saíram de Nova Iguaçu e Belford Roxo. Segundo Pablo Cerdeira, coordenador do Pensa, esse tipo de estudo, que vem sendo desenvolvido em conjunto com o MIT (Massachusetts Institute of Technology), é inédito. A pesquisa é uma das muitas realizadas pelo Pensa, que utiliza informações disponíveis em diversos banco de dados, sites e redes sociais para detectar problemas e propor políticas públicas para os diversos órgãos municipais. 


— Usamos os dados públicos, sem identificar o usuário do aplicativo nem o proprietário do celular e, em alguns casos, cruzamos com os dados das antenas de celular. A importância é mostrar que muita gente que passa em determinada região não vem da cidade. E mais: às vezes, as regiões engarrafadas, como o entorno do Maracanã, não são de pessoas indo para o Maracanã, mas passando por ali. Essa é a primeira vez que temos uma matriz de origem e destino, que não mostra apenas de onde e para onde vão as pessoas, mas por onde elas passam. Isso é fundamental para entender os gargalos de trânsito e saber como atuar — comentou Pablo Cerdeira.


ESPECIALISTA: FALTA PLANEJAMENTO


Na avaliação do engenheiro de transportes José Eugênio Leal, da PUC-RJ, o motivo desses engarrafamentos tão cedo é a necessidade de locomoção de pessoas de outros municípios atrás do trabalho na Região Metropolitana do Rio, principalmente no Centro. Ele acredita que falta, por parte do poder público municipal e estadual, um melhor planejamento do solo.


— É preciso criar mais opções de empregos nesses municípios para que o fluxo não seja tão grande para o Rio. Além disso, recentemente, com as obras (de implantação do BRT Transbrasil) na Avenida Brasil, as pessoas estão antecipando a saída de casa — explicou Leal.


Para ele, os mais de 30 mil motoristas que circulam todas as manhãs pelo entorno do Maracanã estão usando o local como uma das alternativas de acesso ao Centro.


A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio), órgão da prefeitura, ressaltou que o levantamento do Pensa ainda é um estudo preliminar. E informou, por meio de nota:
“Todas as vias citadas na pesquisa são importantes corredores da cidade, recebendo significativo volume de tráfego. Em alguns casos, como as avenidas Brasil e Abelardo Bueno, as próprias vias estão em obras. Em outros, como o Rebouças e a Pinheiro Machado, são rotas de desvio também em função de obras.”


Com o objetivo de minimizar as retenções de trânsito nas avenidas citadas pelo estudo, a CET-Rio afirmou que “diversas medidas de engenharia e operação estão sendo aplicadas, como alterações nos tempos semafóricos, implantação de faixas reversíveis, reforço na quantidade de operadores da CET-Rio e de reboques para remoção de veículos enguiçados e a colocação de painéis de mensagens variáveis para informar os motoristas.”


A CET-Rio ressaltou ainda que as obras que atualmente causam impacto direta ou indiretamente nas vias da cidade têm como principal foco justamente a mobilidade, “com a construção de corredores exclusivos para ônibus (BRT s), implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e criação de nova ligação da Barra com a região de Deodoro através do Transolímpico.”


Para Marcos Poggi, economista especializado em planejamento de transportes, contribuem para esses congestionamentos os problemas nas sinalizações horizontal e vertical, na qualidade do asfalto e a presença de tantas obras que provocam o fechamento de faixas e restringem o fluxo de veículos.
— A sinalização é vital para a fluidez do tráfego e para segurança do motorista. O Rio, quando comparado a outras cidades, como Buenos Aires e Cidade do México, é a que tem a pior sinalização. Todos esses problemas resultam em uma imobilidade urbana — avaliou Poggi.


De acordo com o Detran, em agosto, o número de automóveis circulando pelo município do Rio era de 2.173.989. Este número representa 74,2% do total de veículos trafegando na cidade.


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