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Tipo de Clipping: WEB

Data: 03/10/2015

Veículo: Extra

Um bonde a caminho da Zona Sul
03/10/2015

RIO — As ruas do Centro ainda estão esburacadas à espera dos trilhos do futuro VLT, que cruzará a região a partir de 2016. Antes mesmo de o bonde moderno se tornar realidade nesse trecho da cidade, já começam a ser costurados planos para expandir o serviço até a Zona Sul. Com 23 quilômetros, a linha ligaria a região do Aterro e da Glória à Gávea, passando por Flamengo, Botafogo, Humaitá e Jardim Botânico. O projeto, que ainda terá de ser detalhado, faz parte de um programa de investimentos que a prefeitura está lançando este mês, para ser executado a partir do ano que vem. Ao todo, são dez propostas, mas a maioria delas está no plano das intenções, porque depende de financiamentos e parcerias com a iniciativa privada (PPPs). A estimativa do município é que o pacote some R$ 26,7 bilhões e gere 38.379 empregos ao longo de cinco anos (2016-2020). 


— A cidade está em fase de concluir grandes obras, que empregam milhares de pessoas. Queremos manter um bom ambiente de negócios, com projetos que estimulem a geração de empregos — diz o secretário-executivo de Coordenação de Governo, Pedro Paulo Carvalho. 


SERÃO TRÊS ANOS E MEIO DE OBRAS


Para detalhar o VLT da Zona Sul, será adotado um modelo usado para desenvolver outros projetos, como o Porto Maravilha. Em novembro, a prefeitura deve convocar empresas interessadas em desenvolver os estudos a custo zero para o município. Quem vencer a concorrência para implantar o serviço em três anos e meio, e operá-lo por concessão, indenizará os responsáveis pelos estudos. 


— Esses estudos vão detalhar o traçado e a demanda pelo serviço. Estimamos que fiquem prontos em até quatro meses após a convocação dos interessados em elaborar o projeto — explica Pedro Paulo.


A proposta divide a opinião de especialistas em transporte, moradores e urbanistas. O professor da PUC-Rio José Eugênio Leal, especializado em planejamento e operação do sistema de transportes, lembra que o VLT da Zona Sul não consta do Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU):


— De qualquer forma, se a proposta tiver o objetivo de retirar coletivos das ruas, faz sentido. O que não pode é o serviço competir com o metrô. 


A presidente da Associação de Moradores de Botafogo (Amab), Regina Chiarádia, se diz absolutamente contrária. Ela sugere como alternativa que a prefeitura ajude o estado com recursos para levar o metrô da Gávea para Botafogo:


— Por que não prolongar a linha do metrô, que é um transporte de massa? Não aceitamos trocar metrô por VLT.


Representante da Amab no Fórum da Mobilidade, o engenheiro Licínio Machado Rogério faz coro:
— Imagine fechar a Rua São Clemente ou a Voluntários da Pátria por um ano para fazer o VLT? E por que botar mais transporte na superfície se a cidade não comporta? 
O presidente regional do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ), Pedro da Luz, acredita que o projeto seja viável, desde que o traçado seja menor e tenha como objetivo substituir pelo VLT as linhas de ônibus que circulam pela região:


— O ideal seria que o VLT seguisse só até Botafogo. O trecho até a Gávea poderia ser coberto por BRT ou BRS até a conclusão da expansão da Linha 4 até Botafogo. 


O presidente da Associação de Moradores do Humaitá, Luiz Carlos Santos, acha o projeto complicado para ser executado: 


— O Humaitá é um bairro espremido. A única forma de viabilizar a implantação do VLT seria retirar quase todas as linhas de ônibus que passam pelo Humaitá.


Para o presidente da AMA Glória, José Marconi, seria justificável o VLT passar pelo bairro, por ter importância histórica:


— Se ele for implantado, eu parabenizo, seria legal. Mas vejo mais como um projeto de campanha. Devido à crise, não acredito que haja quem queira investir.


Presidente da Associação de Moradores do Jardim Botânico, Heitor Wegmann diz que o bairro está dividido. Embora aprove, acha que o projeto será de difícil implementação: 


— Para o VLT passar na Rua Jardim Botânico, seria preciso tirar os ônibus, porque não haveria espaço na via. Talvez pudessem criar terminais de ônibus na Gávea e no Humaitá.


Arquiteto e urbanista, Carlos Fernando Andrade discorda da proposta de o VLT interligar seis bairros:
— Ele é um veículo alimentador, para percursos menores. Deveria operar integrado a um serviço de maior capacidade.


VLT TAMBÉM NA ILHA DO GOVERNADOR


Além do VLT da Zona Sul, outros quatro projetos se encontram em desenvolvimento. Isso inclui um outro VLT na Ilha do Governador. É o caso também da proposta que transforma em subterrâneas estações de trem do subúrbio. As áreas acima das estações seriam transformadas em parques, interligando bairros cortados pelo ramal ferroviário. Elas formariam uma espécie de “High Line” carioca — parque público construído em Nova York num ramal de trens desativado. O projeto seria financiado através de operação que liberaria a construção de prédios numa área de 400 mil metros quadrados da Avenida Presidente Vargas, na Cidade Nova, erguidos sobre lajes acima das linhas férreas da SuperVia e do metrô.


Para o cientista político Ricardo Ismael, coordenador do Laboratório de Pesquisa, Governo, Desenvolvimento e Equidade da PUC-Rio, as propostas apresentadas devem ser compreendidas também como uma estratégia eleitoral:


— A campanha começou para o PMDB, na medida em que o partido já oficializou que o candidato será o deputado Pedro Paulo. Os projetos divulgados coincidem com assuntos que hoje são muito sensíveis para população, como emprego e mobilidade urbana. 


A execução dos projetos, porém, terá que respeitar limites do calendário eleitoral e da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Advogado especializado em direito eleitoral, João Fernandes Lopes de Carvalho lembra que, a partir de abril de 2016, só podem ser autorizadas despesas se houver uma reserva de recursos para cobri-las integralmente.


— Podemos executar os projetos com parcerias e os recursos próprios que estão em caixa. A LRF será respeitada — promete Pedro Paulo.


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