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Tipo de Clipping: WEB

Data: 03/03/2016

Veículo: UOL

Bolsa sobe e dólar cai com notícia sobre delação de Delcídio
03/03/2016

Enquanto os mercados internacionais passam por uma pausa, o noticiário político agita os negócios no Brasil. O Ibovespa tem alta superior a 2% e o real está entre as moedas de melhor desempenho na comparação com o dólar nesta quinta-feira.

Notícias políticas desfavoráveis ao governo, que já vinham sendo um ingrediente extra no conjunto de influências positivas nos mercados, hoje reforçam a liderança e direcionam claramente as transações.

Reportagem da revista "IstoÉ" desta semana afirma que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) fez um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava-Jato, na qual teria afirmado que a presidente Dilma Rousseff teve uma ação decisiva para manter na Petrobras diretores comprometidos com o esquema de corrupção. A declaração consta das 400 páginas com o conteúdo da delação feita pelo senador, às quais a revista teve acesso.

A delação também envolve o ex-presidente Lula. De acordo com o senador petista, Lula teria sido o responsável por marcar encontro entre Delcídio e o filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Bernado. A gravação da conversa do encontro entre os dois, em que Delcídio sugeria um plano de fuga para Cerveró, levou à prisão do senador.

O mercado ainda avalia o peso que essa notícia terá sobre um suposto processo de impeachment da presidente Dilma. Algumas casas já veem mais chances de impedimento do mandato, embora ainda ponderem que serão necessárias evidências mais fortes e provas para que o mercado continue com o rali.

No mercado de juros, as taxas de curto e médio prazos sobem na BM&F nesta quinta-feira, com o mercado ajustando posições ao placar dividido do Comitê de Política Monetária (Copom) de ontem, o que contribui para esfriar expectativas de corte da taxa Selic ainda neste ano.

Bolsa

O Ibovespa opera em alta nesta quinta-feira, na contramão dos mercados internacionais, impulsionado pelo noticiário político. O índice subia 2,61% às 13h54, para 46.066 pontos, puxado por ações de companhias estatais e de empresas que vendem commodities.

Alguns papéis disparam. Caso de Gerdau Metalúrgica PN (11,20%), Usiminas PNA (10,64%), Petrobras PN (10,44%) e Petrobras ON (8,64%).

Analistas não entram em consenso sobre o impacto dessa notícia para o processo de impeachment de Dilma ou para a direção da Bovespa. Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho, acredita que a notícia tem força para mudar a trajetória do Ibovespa. Segundo ele, a delação vem de um integrante do mesmo partido de Dilma Rousseff e Lula e, portanto, tem mais credibilidade.

Já o estrategista da XP Investimentos, Celson Plácido, diz que a delação não altera sua previsões para um cenário de impeachment. O analista comenta que não há provas de atos ilícitos. "São acusações com fácil defesa", afirmou. Para Plácido, o mercado de ações deve continuar subindo, caso saiam mais notícias desfavoráveis ao governo. Mas, se não houver novidades, o mercado segue sem fundamentos para manter a alta.

Para o professor da PUC-Rio e economista-chefe da Opus Gestão de Recursos, José Márcio Camargo, a primeira reação dos mercados em geral em relação à delação de Delcídio do Amaral é de euforia, mas no longo prazo os fundamentos devem dominar os negócios, e eles são negativos. Na opinião do professor, a delação só amplia as chances de um impeachment da presidente Dilma se houver provas.

Câmbio

O real está entre as moedas de melhor desempenho na comparação com o dólar entre as principais divisas nesta sessão. A cotação chegou a tocar uma mínima em dois meses e meio, influenciada especialmente pelo noticiário político.

A campanha de 2010 da presidente entrou no radar da Lava-Jato depois de virem a público informações, prestadas por delatores ligados à Andrade Gutierrez, de que a empreiteira teria pagado despesas de fornecedores da campanha de Dilma por meio de contrato supostamente fictício. As investigações voltadas para o ex-presidente Lula, a prisão do marqueteiro João Santana e sinais de recrudescimento da crise entre Dilma e o PT completam o cenário mais desfavorável ao governo.

Às 13h50, o dólar comercial caía 1,66%, a R$ 3,8239. O dólar para abril cedia 1,81%, a R$ 3,8545.

Juros

As taxas de juros de curto e médio prazos sobem na BM&F nesta quinta-feira, com o mercado ajustando posições ao placar dividido do Copom de ontem, o que contribui para esfriar expectativas de corte da Selic ainda neste ano. O Copom manteve ontem a Selic em 14,25% ao ano, conforme o esperado.

Os diretores Sidnei Corrêa Marques (Organização do Sistema Financeiro) e Tony Volpon (Assuntos Internacionais) mantiveram voto a favor de alta de 0,50 ponto percentual do juro básico. Nos últimos dias, havia crescido as apostas de que esses dois integrantes pudessem se juntar aos demais e votar pela estabilidade da Selic, o que seria interpretado como um sinal de que o BC estaria mais inclinado em algum momento a afrouxar a política monetária.

O mercado avalia ainda os números do PIB. A economia brasileira retraiu 1,4% no quarto trimestre ante o terceiro e 5,9% frente ao mesmo trimestre de 2014. Em todo o ano de 2015, a contração foi de 3,8% sobre o ano anterior.

Segundo o IBGE, todos os componentes da demanda interna sofreram queda ante o último trimestre de 2014. A demanda interna é um dos elementos ligados ao custo do capital no país, o que está diretamente associado ao patamar da taxa de juros. A formação bruta de capital fixo recuou 18,5%, a despesa de consumo das famílias caiu 6,8% e a despesa de consumo do governo caiu 2,9%.

As variáveis do setor externo, por outro lado, melhoraram, ajudando a reduzir a queda do PIB como um todo. As exportações de bens e serviços cresceram 12,6%, enquanto as importações de bens e serviços caíram em 20,1%.

Às 13h50, o DI janeiro de 2017 subia a 14,090%, ante 14,060% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2018 tinha alta a 14,370%, frente a 14,330% no último ajuste. O DI janeiro de 2021 cedia a 15,060%, ante 15,300% no ajuste da véspera. 


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