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Tipo de Clipping: WEB

Data: 29/09/2016

Veículo: Extra

Artigo: Em defesa do direito à política
29/09/2016

O mandonismo é uma velha prática na política brasileira, que se renova e se reinventa. De fato, há entre os grupos de extermínio e os grupos milicianos contemporâneos uma notória continuidade. Numa como noutra mobiliza-se o uso covarde da força bruta para o controle político de territórios, que se transformam em currais eleitorais.

Mas a evidente continuidade entre as práticas que caracterizam os dois fenômenos também ajuda a realçar o que há de novo nas milícias, que desde o final dos anos 1990 vêm ganhando terreno na metrópole fluminense. Desde 1988, o país ganhou uma Constituição democrática e, mesmo com muitos sobressaltos, é possível afirmar que a cultura de direitos vem avançando. Foi, aliás, por força dessa acumulação de cultura de direitos, aí incluído o importante papel exercido pela grande imprensa, que a Assembleia Legislativa aprovou, em 2008, a instauração da CPI das Milícias, conduzida pelo deputado Marcelo Freixo.

Com o relatório aprovado pela CPI, passa-se a contar com um consistente diagnóstico do fenômeno, ficando evidente que, apesar de sua raiz histórica remeter às práticas violentas do mandonismo, estávamos diante de algo novo. As provas reunidas pelo relatório de que esses grupos haviam se infiltrado nos poderes Executivo e Legislativo, e de que tinham se assenhoreado de parcela significativa do controle econômico de diferentes serviços básicos para a população mais pobre da metrópole, não deixavam dúvida sobre o tamanho da ameaça.

Nesse sentido, a recente onda de assassinatos de candidatos a vereador, apesar de chocante, de modo algum pode surpreender, indicando, ao contrário, que a presença de grupos milicianos se expandiu e, possivelmente, se tornou mais plural, o que explicaria o fato de protagonizarem abertamente suas disputas por territórios. 

Diante da ameaça da milícia, é necessário perseverar na luta para assegurar condições básicas de direito à política a toda população metropolitana, fundamento básico e incontornável da própria existência do Estado democrático de direito.

* Professor de Ciências Sociais da PUC-RJ


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