Valor

Tipo de Clipping: WEB

Data: 04/10/2016

Veículo: Valor Econômico

Pós-eleição anima os mercados
04/10/2016

O resultado do primeiro turno das eleições municipais, que mostrou retrocesso do PT e fortalecimento dos partidos da base aliada do governo federal, alimentou o entusiasmo dos investidores e reforçou as expectativas no avanço do ajuste fiscal. Isso sustentou o desempenho positivo da bolsa de valores, do câmbio e dos juros futuros no mercado local nas operações de ontem.

"O resultado das eleições municipais favorece a aprovação das medidas fiscais, uma vez que o enfraquecimento da esquerda, que era quem mais questionava o impeachment da presidente Dilma Rousseff, dá sustentação para o governo de Michel Temer seguir com as reformas", afirma Rogério Braga, sócio e gestor da Quantitas.

O índice Ibovespa registrou valorização de 1,87%, para 59.461 pontos, a despeito do desempenho negativo das bolsas americanas. No mercado de câmbio, o dólar teve queda de 1,46%, para R$ 3,2043, levando o real a liderar os ganhos entre as principais divisas. Na BM&F, o DI para 2021, aquele que capta mais claramente a percepção de risco dos investido

Para o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, os resultados do primeiro turno das eleições municipais não chegam a dar impulso extra aos ativos financeiros, mas sustentam a expectativa de que o governo conseguirá avançar com as medidas fiscais. "O PMDB manteve o maior número de prefeituras e o PSDB teve um crescimento importante. Esses resultados dão mais suporte para que o governo consiga negociar o ajuste fiscal", afirma. "Os grupos políticos que ganharam entendem a necessidade do ajuste das contas públicas", diz.

A grande expectativa do mercado é com a votação da PEC 241, que estabelece um teto para os gastos do governo, que não devem superar a inflação do ano anterior. O relator da PEC, Darcísio Perondi (PMDB-RS), apresentará hoje o texto da medida na Comissão Especial e a expectativa é a de que ela seja votada no plenário da Câmara na semana que vem.

O economista-chefe da Opus Gestão e professor da PUC-Rio, José Márcio Camargo, destaca que agora as medidas precisam passar "com conteúdo, sem buracos", para que os mercados continuem reagindo positivamente. Ele considera as medidas fiscais mais fáceis de serem aprovadas do que a reforma da Previdência.

Para Braga, da Quantitas, boa parte da expectativa com a aprovação da PEC 241 já está refletida nos preços, especialmente no mercado futuro de juros.

O sócio diretor da Flag Asset e ex-diretor do Banco Central, Sérgio Goldenstein, afirma, contudo, que o avanço da aprovação da PEC dos gastos deve levar à queda dos prêmios de risco e abrir espaço para um recuo maior dos juros longos e apreciação do real, com o dólar podendo cair para R$ 3.

No caso do real, Goldenstein afirma que o potencial de apreciação da moeda no curto prazo decorre da perspectiva de aumento de fluxo de investimentos com a redução do risco político e progresso do ajuste fiscal.

O avanço na aprovação da PEC dos gastos e a valorização do câmbio, segundo Goldenstein, devem melhorar o balanço de risco para a inflação e abrir espaço para o Banco Central cortar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual neste mês. "O ajuste fiscal é dos fatores colocados pelo BC como condição para o corte de juros e a aprovação da PEC dos gastos diminuirá essa incerteza", afirma Goldenstein.

A votação da PEC 241 é um dos principais fatores que devem influenciar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na reunião marcada para 18 e 19 de outubro. "Se o plano de voo do BC for a manutenção da taxa básica de juros, ele pode optar por um corte de 0,25 ponto da taxa Selic. Agora se o plano de voo do BC for um corte de 0,25 ponto ele pode ampliar a dose", afirma Braga.

A votação da PEC dos gastos [no plenário da Câmara] pode ocorrer antes do Copom e, se aprovada, você tem o caminho liberado para uma queda sustentável dos juros", afirma Paulo Petrassi, sócio-gestor da Leme Investimentos. Petrassi estima corte de 0,50 ponto percentual da taxa básica Selic neste mês e também em novembro.

A pesquisa Focus do Banco Central divulgada ontem mostrou que os analistas agora enxergam a possibilidade de um corte de 0,25 ponto percentual da taxa Selic em outubro. A mediana das projeções para a Selic ao fim deste mês passou de 14,25% para 14%. Para o fim deste ano, a mediana das projeções para a taxa básica continua em 13,75%, o que significa que os analistas agora veem a probabilidade de dois cortes de 0,25 ponto da Selic em 2016, ante apenas um corte de 0,50 ponto em novembro na semana passada.

Essa mudança das projeções para a taxa básica Selic neste ano aconteceu após o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) ter apontado uma queda das projeções de inflação, que estão próximas ou até abaixo da meta no cenário de referência do BC para o fim de 2017 e fim de 2018.

A expectativa de melhora da economia e de queda de juros têm favorecido alguns papéis. Entre as maiores altas do Ibovespa ficaram Qualicorp ON (4,17%), Natura ON (4,06%), Localiza ON (3,56%), BM&FBovesp a ON (3,5%) e Cielo ON (3,07%).

A ação da BM&FBovespa subiu depois de a recomendação ter sido elevada pelo UBS, de "venda" para "neutra". O Credit Suisse também enviou um aviso a clientes recomendando posicionamento nos papéis. A casa diz que a ação está entre as que se beneficiam de taxas de juros menores, já que um alívio monetário pode ampliar os volumes da Bovespa.

Ações da economia local já vinham sentindo o aumento das expectativas de queda de juros, mais fortes desde meados de setembro. As maiores altas do mês passado ficaram com Raia Drogasil ON (11,27%), Multiplan ON (8,39%), Estácio ON (7,4%), Smiles ON (7,3%) e Kroton ON (7,17%).





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