O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), anuncia hoje o economista Caio Megale, do Itaú Unibanco, como o futuro titular da Secretaria da Fazenda (atual Secretaria de Finanças). Doria divulgará também a nomeação do empresário Wilson Poit para a Secretaria de Desestatização, responsável pelas privatizações, concessões e parcerias com a iniciativa privada.

Megale é economista formado pela FEA-USP, com mestrado na PUC-Rio, e colunista do Valor. Foi professor de economia na PUC-Rio e Ibmec São Paulo.  O economista foi uma das indicações feitas pela secretária da Fazenda de Goiás, Ana Carla Abrão Costa, que foi cotada para assumir o cargo, mas não aceitou. Ana Carla, no entanto, coordena a transição do governo na área de finanças.

Já Poit é empresário e trabalhou na gestão atual, do prefeito Fernando Haddad (PT) como presidente das empresas São Paulo Turismo e São Paulo Negócios, além de ter sido secretário de Turismo.

Outros nomes devem ser anunciados hoje. Entre eles estão o advogado Sérgio Avelleda, ex-presidente do Metrô e da CPTM, para a Secretaria de Transportes; a arquiteta Heloisa Proença, ex-secretária de Planejamento na gestão Celso Pitta, para Desenvolvimento Urbano, e o jornalista Fábio Santos para a Secretaria de Comunicação. Santos é vice-presidente da agência de Comunicação CDN e trabalhou como assessor de secretarias da gestão Alckmin.

Há previsão também de a ex-vereadora Soninha Francine (PPS) ser anunciada para Assistência Social e Cidadania e do vereador eleito Daniel Annenberg (PSDB), ex-presidente do Detran, para a Secretaria de Inovação e Tecnologia. Ainda não está definido se Mozart Ramos assumirá a Pasta de Educação. O diretor do Instituto Ayrton Senna está com problemas de saúde e não acertou sua nomeação, apesar de ter "90%" de chances de assumir o cargo, segundo auxiliares do prefeito eleito.

Doria já anunciou Wilson Pollara, atual secretário-adjunto de Saúde do governo estadual, para a Secretaria Municipal de Saúde; o vice-prefeito Bruno Covas (PSDB) para Prefeituras Regionais (atual Subprefeituras); Júlio Semeghini para Secretaria de Governo e Cid Torquato, atual secretário-adjunto da Secretaria Estadual de Direitos da Pessoa com Deficiência, para a Pasta de Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida.

Afinado com o discurso da austeridade, Doria articula com vereadores a possibilidade de a Câmara Municipal aprovar até o fim do ano um projeto de lei para assegurar que integrantes do Executivo, como vice-prefeito, secretários, chefes de gabinete, sub-prefeitos e presidentes de autarquias, tenham os salários congelados em 2017. Um eventual reajuste, segundo Julio Semeghini, ficaria condicionado à expectativa de melhora no cenário econômico, mas somente em 2018. Doria também deve discutir a hipótese com a atual administração, já que aumentos de salário só podem ser propostos pelo Executivo e a cada quatro anos.

O futuro secretário explicou que a prefeitura não tem intenção de congelar o teto do funcionalismo, com exceção do primeiro ano de gestão. O prefeito e vice, disse Semeghini, voltariam a ter aumento em 2018, o que permitiria que os servidores tenham reajustes automáticos nos anos seguintes. "Não queremos prejudicar a carreira daqueles que também tem o poder, como os auditores fiscais. Não queremos congelar os salários dessas pessoas por quatro anos. O que nós não temos condições é de aprovar já em 2017. Não há fôlego no orçamento para isso".