Estadão

Tipo de Clipping: WEB

Data: 10/01/2017

Veículo: Estadão.com.br

Entrevista com o CEO: "Hoje, busco focar mais no desenvolvimento dos times"
10/01/2017

Por Cláudio Marques 

A carreira do engenheiro Flavio Jansen está fortemente vinculada à internet. Em 1991, quatro anos depois de se graduar pela PUC-Rio, começou a trabalhar com protocolos de internet. Posteriormente, passou pela Mandic, pioneira em oferecer acesso à rede. Em 1999, foi um dos fundadores do bem-sucedido site de e-commerce Submarino, do qual viria a se tornar CEO por quatro anos e mais um depois de a empresa ser vendida. Finda a experiência, passou a se dedicar à participação em conselhos de empresas e a atuar como investidor venture. Mas sentiu falta da vida de executivo e voltou a ser CEO, desta vez na Locaweb. Empresa que hoje também atende grandes clientes e se diversificou. Embora hospedagem de sites ainda seja seu principal produto, oferece soluções para comércio eletrônico, que vão desde a plataforma de loja até serviços de e-mail marketing e afins. Tem 1.100 funcionários e escritórios em São Paulo, Marília, Porto Alegre e Recife.

A volta 

Há várias razões para eu ter voltado à vida executiva, em 2013, apesar de eu gostar de atuar em conselhos e de ser investidor venture. Uma delas é que meu perfil é de execução. Eu sentia falta do dia a dia, de fazer alguma coisa acontecer diretamente, pois quando você está no conselho ou é investidor, o ideal é não se envolver na rotina. Aí veio o convite da Locaweb, onde eu já era conselheiro, e havia a vantagem de ser uma empresa onde eu já estava e conhecia, me dava bem com os controladores e é de um seguimento do qual eu gosto: tecnologia.

Realização 

A grande diferença é que no conselho você elabora estratégias que levam um período relativamente longo para se realizar. Você faz um movimento e ele começa a ter resultados dali seis meses, nove meses, um ano. Quando você está executivo, você consegue testar, implementar e ver se há realização de suas ideias muito mais rápido. É mais adrenalina, é ter vários desafios ao longo do mês.

Equipe e inovação 

O primeiro desafio é a equipe mesmo. É trazer pessoas, ter um time bem montado. Mas como tecnologia é um mercado onde ainda há expansão do emprego, você acaba perdendo pessoas até para empresas de fora. Assim, de tempos em tempos tem de trazer, desenvolver. Hoje, foca-se mais em desenvolver do que só contratar. Há outros desafios que são normais, porque é um segmento muito dinâmico. Então, temos de estar sempre inovando, lançando novos produtos.

Internet 

A primeira grande mudança na minha carreira foi quando eu tinha uns quatro anos de formado e, no final de 1991, fui trabalhar numa empresa com redes, já com o protocolo da internet. A segunda mudança foi quando passei a trabalhar com web de fato, quando me tornei diretor de tecnologia na Mandic, lá em 1996. A empresa era pioneira no acesso à rede. Foi marcante, porque comecei a trabalhar com tecnologia voltada à internet numa época em que havia tudo para ser feito.

Submarino 

Um outro momento marcante foi ser um dos fundadores do Submarino (site de vendas), em 1999, ainda como diretor de tecnologia. E depois há uma passagem importante, em 2003, quando me tornei o CEO da empresa e tive de deixar de ser uma pessoa focada apenas em tecnologia para passar a olhar a operação como um todo.

Saída e Locaweb 

Eu saí do Submarino um ano depois de começar a B2W Digital (que havia comprado o e-commerce). E o próximo grande momento, após alguns investimentos e conselhos, foi quando eu vim dirigir a Locaweb, no final de 2012. É uma experiência bem interessante, não apenas por voltar à vida executiva, mas principalmente porque eu era conselheiro da companhia, e ao vir para função executiva você vê como algumas coisas são diferentes do que você imaginava.

O executivo 

Eu mudei. Na época do Submarino eu era um executivo mais mão na massa, mais realizador. Mas hoje sou um executivo que busca focar no desenvolvimento de time, na montagem da organização. Isso tem a ver com delegar mais, ter de estar preparado para as coisas não acontecerem da forma exata como você espera, e também tem a ver com você saber promover as pessoas certas.

Características de um CEO 

Tenho percebido que é importante um CEO ter uma cabeça estratégica. E por mais que ele seja um bom executor, ele também tem de ser capaz de propor e debater uma estratégia com o conselho. Também acredito que um CEO deve gastar um bom tempo identificando quais são as pessoas corretas, quais são os perfis certos para cada tipo de desafio, para cada área e para cada momento de cada setor, porque às vezes o desafio muda, dependendo do momento da empresa.

Liderança 

Um CEO também tem de ter uma boa liderança, os times têm de respeitá-lo. E isso é baseado em ele ter integridade. Uma última coisa que ajuda um CEO, não sei se é fundamental, mas ajuda bastante, é ele ter boa capacidade analítica. Boa parte da gestão é apoiada em números.

Carreira executiva 

Para quem quer ter uma carreira executiva, a primeira coisa a fazer é uma autocrítica para constatar se o perfil dele é mesmo de gestor. Às vezes a pessoa tem boa formação, é boa tecnicamente, consegue se destacar em algum segmento, mas não tem habilidade de gestão, que basicamente é ter habilidade com pessoas, em montar times. Em geral, na própria faculdade ela já começa a perceber se tem ou não esse perfil. Eu até recomendo que se ela achar que tem o perfil que busque participar de atividades práticas relacionadas à gestão. Algumas faculdades têm setor de empreendedorismo.

Especialização 

Uma outra coisa que essa pessoa precisa fazer é escolher algum segmento de atuação , porque aí ela se especializa mais, embora quando você vai crescendo na carreira você vai passando de uma área para outra(e vai ficando mais generalista). No começo é bom ter alguma especialização, porque isso permite que ela se destaque. O que eu percebo é que até certo um momento na carreira de executivo você não sobe pela sua habilidade de gestão, mas sobe por sua habilidade específica. Se ela só focar em gestão, eventualmente ela não chega lá. Ela tem de ir crescendo.


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