Um grupo de alunos ocupou a PUC, na Gávea, zona sul do Rio, na noite desta quarta-feira (16). Cerca de 20 barracas e até sofás foram colocados nos pilotis do edifício Kennedy, onde os manifestantes passaram a noite. A ocupação foi decidida durante uma assembleia de estudantes, que aconteceu por volta das 16h. O grupo favorável ao movimento se comprometeu a preservar o patrimônio da Universidade e garantiu que as aulas e atividades acadêmicas não serão suspensas. O ato é um protesto contra a PEC 55 (antes PEC 241), que limita os gastos públicos do Governo Federal pelos próximos 20 anos. A ideia é que sejam realizadas palestras e debates acerca do tema. Os estudantes também querem discutir pautas internas à instituição, como aponta a nota do movimento Ocupa PUC-Rio.
"Queremos promover atividades sobre a PEC 241, atual PEC 55, e sobre questões internas da nossa instituição, como aquelas que envolvem os direitos de uma parcela significativa de nossos/as alunos/as, assim como os direitos trabalhistas de funcionários/as, terceirizados/as ou não", diz a nota.
O posicionamento a favor da ocupação não é um consenso entre os estudantes da instituição. O DCE (Diretório Central do Estudantes) da PUC declarou ser contra o movimento e questionou a legitimidade da assembleia, que decidiu pela ocupação. Na página do diretório em uma rede social, o grupo convidou os alunos insatisfeitos a pressionarem a reitoria.
"Pressionem a Reitoria, liguem para a universidade e cobrem por uma posição clara".
A PUC-Rio é a primeira Instituição privada a ser ocupada no Estado. Em outubro, cinco unidades do IFRJ (Instituto Federal do Rio de Janeiro) e o campus sede da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) foram ocupados. Os estudantes protestam contra a PEC. Para os alunos, a medida pode diminuir os investimentos em saúde e educação. A proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados e seguiu para votação no Senado como PEC 55. Esta semana, o MPF (Ministério Público Federal) do Rio de Janeiro pediu à Justiça Federal que determine a desocupação do campus da Rural e de três unidades do Colégio Pedro 2º.